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Politica Brasil
Sexta - 16 de Novembro de 2007 às 23:59

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Rio de Janeiro, 16 nov (EFE).- O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou hoje um artigo do secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar, criticando os políticos brasileiros que criticam o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e relacionando a monarquia espanhola ao fascismo.

O texto foi publicado no site do PT em repercussão às críticas do senador José Sarney (PMDB-AP) e do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) a Chávez pelo episódio com o rei Juan Carlos da Espanha na Cúpula Ibero-americana do último fim de semana. Foi uma reação especialmente ao fato de a oposição ter criticado a defesa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao colega venezuelano.

O incidente continua alimentando o debate político porque na quarta-feira Lula disse que se pode "criticar Chávez por qualquer outra coisa", mas não por falta de democracia.

"Ninguém é obrigado a concordar com o estilo de Chávez, com a reforma constitucional ou com o 'socialismo bolivariano'. Mas é impossível ouvir calado certa gente posando de democrata, acusando o Governo da Venezuela de ser ditatorial por estar propondo 'reeleição ilimitada' e por ter 'fechado' um canal de comunicação", escreve Pomar no artigo, intitulado "Bons Modos e Hipocrisia".

O secretário do PT, que se referia a Sarney e Maluf, entre outros, acrescenta que a possibilidade de reeleição de um presidente "está presente em vários outros países do mundo e não é isto, isoladamente, que faz de um país ditadura ou democracia".

"Em termos de espetáculo, nada se compara à reação indignada com que certos meios repercutiram a frase que o rei da Espanha dirigiu ao presidente Chávez, durante a Cúpula Ibero-americana, realizada recentemente em Santiago do Chile", acrescenta.

Pomar afirma que, "para quem não lembra, a República espanhola foi esmagada por um levante fascista, que restaurou a monarquia. Depois da morte de (Francisco) Franco, Juan Carlos foi coroado e jogou um papel no mínimo controverso no processo de redemocratização".

Ele lembra que o incidente ocorreu depois que Chávez acusou o ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar de fascista, ao que Zapatero reagiu pedindo respeito.

Chávez interrompeu várias vezes o presidente do Governo espanhol e foi "neste contexto" que o rei da Espanha disse a ele: "Por que você não se cala?".

"Não se trata de uma frase especialmente profunda, diferentemente da intervenção de Zapatero, que apresentou seu ponto de vista sobre como devem se comportar os representantes de países em encontros multilaterais. Ponto de vista questionável, mas compreensível", escreve.

Já o rei, por sua vez, "deu uma bronca, composta por cinco palavras", afirma. Pomar considera que "a imensa repercussão de sua frase só tem uma explicação: 'calar' Chávez é o sonho de muita gente".




Fonte: EFE

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