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Opep quebra imagem de coesão ao mostrar divergência sobre queda do dólar
Riad, 16 nov (EFE).- A desvalorização do dólar se transformou hoje no pomo da discórdia entre os 13 países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e deixou claros os rachas internos da organização, que abre amanhã em Riad sua terceira cúpula de chefes de Estado.
O incidente ocorreu enquanto os chefes de Estado desses países começavam a chegar à capital saudita para participar da cúpula que a Opep organiza neste final de semana, a terceira em seus 47 anos de história.
Foi um erro - e ainda não se sabe de quem - o fato de a disputa interna aparecer de repente na televisão da sala de imprensa do Hotel Intercontinental, onde 39 ministros negociavam a portas fechadas o texto da "Declaração de Riad".
Na hora, viu-se como o ministro venezuelano de Petróleo, Rafael Ramírez, rejeitou o projeto de declaração e propôs que fosse debatido pelos chefes de Estado, por se tratar de assunto político.
"Se decidirem que um banco não é viável, eles que o digam. Se os chefes de Estado e de Governo decidirem que não é viável a cooperação entre as empresas estatais, ou as universidades, eles que o digam", declarou Ramírez.
Mas as palavras que mais chamaram a atenção da imprensa foram a do ministro do Exterior saudita, Saud al-Faiçal, quando se opôs a mencionar na declaração final da cúpula a preocupação causada pelos produtores de petróleo pela desvalorização do dólar.
"Minha impressão é de que a simples menção de que os países da Opep estão estudando o assunto do dólar por si mesma consegue ter um impacto que prejudica os interesses de nossos países", disse Faiçal.
O Irã, apoiado pela Venezuela, tinha pedido que fosse incluída uma cláusula encomendando o estudo dos danos financeiros sofridos pelos países da Opep com a perda da receita obtida com petróleo, cotado na moeda americana.
Pouco depois que a transmissão do debate foi interrompida, os ministros deixaram a sala. O secretário-geral da Opep, o líbio Abdala Salem el-Badri, assegurou que o problema do dólar não seria mencionado no documento.
"É um assunto individual dos países", disse Badri, em relação a eventuais medidas que possam ser adotadas para resolver os problemas causados pela queda do dólar.
A vitória diplomática foi da Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, que organizou toda a cúpula, apenas a terceira desde a fundação da Opep em 1960. Mas a exibição involuntária das disputas internas ofuscou os assuntos que iam concentrar o evento.
O presidente do Equador, Rafael Correa, foi o primeiro dos Chefes de Estado a chegar, hoje. Com sua presença, ele sela a volta de seu país à Opep, depois de ter saído do cartel em 1992.
Além da adesão de Angola, no início do ano, a Opep se dispõe a expressar sua determinação para contribuir para minimizar os efeitos da mudança climática.
A organização propõe a criação de um fundo para fomentar o desenvolvimento de tecnologias limpas e de "captura e armazenamento de carbono", como medidas favoráveis ao meio ambiente que não prejudicam os interesses dos produtores de petróleo.
Frente às crescentes medidas de eficiência energética e desenvolvimento de fontes alternativas que os consumidores estão adotando para reduzir a dependência do petróleo, a Opep pedirá garantias da demanda futura.
"Como nos comprometemos com o abastecimento, pedimos segurança na demanda", disse o ministro de Energia argelino, Chakib Khelil. Ele lembrou que a falta dessa segurança pode pôr em risco os investimentos no setor que hoje são considerados necessários para evitar uma escassez energética no futuro.
Além de reiterar o compromisso de manter o mercado abastecido, espera-se que a Opep decida fortalecer sua ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres.
Os ministros descartaram totalmente que os Chefes de Estado que se reunirão amanhã e domingo abordem o tema dos preços atuais e um eventual aumento da oferta de petróleo pedida pelos EUA e pela Agência Internacional da Energia para baratear os combustíveis no inverno do hemisfério norte.
No entanto, os ministros afirmaram hoje que a reunião em Riad se destina às políticas a longo prazo. Além disso, o reajuste do número de barris de petróleo que o grupo produz só será discutido na 145ª conferência ministerial, em 5 de dezembro em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).
O incidente ocorreu enquanto os chefes de Estado desses países começavam a chegar à capital saudita para participar da cúpula que a Opep organiza neste final de semana, a terceira em seus 47 anos de história.
Foi um erro - e ainda não se sabe de quem - o fato de a disputa interna aparecer de repente na televisão da sala de imprensa do Hotel Intercontinental, onde 39 ministros negociavam a portas fechadas o texto da "Declaração de Riad".
Na hora, viu-se como o ministro venezuelano de Petróleo, Rafael Ramírez, rejeitou o projeto de declaração e propôs que fosse debatido pelos chefes de Estado, por se tratar de assunto político.
"Se decidirem que um banco não é viável, eles que o digam. Se os chefes de Estado e de Governo decidirem que não é viável a cooperação entre as empresas estatais, ou as universidades, eles que o digam", declarou Ramírez.
Mas as palavras que mais chamaram a atenção da imprensa foram a do ministro do Exterior saudita, Saud al-Faiçal, quando se opôs a mencionar na declaração final da cúpula a preocupação causada pelos produtores de petróleo pela desvalorização do dólar.
"Minha impressão é de que a simples menção de que os países da Opep estão estudando o assunto do dólar por si mesma consegue ter um impacto que prejudica os interesses de nossos países", disse Faiçal.
O Irã, apoiado pela Venezuela, tinha pedido que fosse incluída uma cláusula encomendando o estudo dos danos financeiros sofridos pelos países da Opep com a perda da receita obtida com petróleo, cotado na moeda americana.
Pouco depois que a transmissão do debate foi interrompida, os ministros deixaram a sala. O secretário-geral da Opep, o líbio Abdala Salem el-Badri, assegurou que o problema do dólar não seria mencionado no documento.
"É um assunto individual dos países", disse Badri, em relação a eventuais medidas que possam ser adotadas para resolver os problemas causados pela queda do dólar.
A vitória diplomática foi da Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, que organizou toda a cúpula, apenas a terceira desde a fundação da Opep em 1960. Mas a exibição involuntária das disputas internas ofuscou os assuntos que iam concentrar o evento.
O presidente do Equador, Rafael Correa, foi o primeiro dos Chefes de Estado a chegar, hoje. Com sua presença, ele sela a volta de seu país à Opep, depois de ter saído do cartel em 1992.
Além da adesão de Angola, no início do ano, a Opep se dispõe a expressar sua determinação para contribuir para minimizar os efeitos da mudança climática.
A organização propõe a criação de um fundo para fomentar o desenvolvimento de tecnologias limpas e de "captura e armazenamento de carbono", como medidas favoráveis ao meio ambiente que não prejudicam os interesses dos produtores de petróleo.
Frente às crescentes medidas de eficiência energética e desenvolvimento de fontes alternativas que os consumidores estão adotando para reduzir a dependência do petróleo, a Opep pedirá garantias da demanda futura.
"Como nos comprometemos com o abastecimento, pedimos segurança na demanda", disse o ministro de Energia argelino, Chakib Khelil. Ele lembrou que a falta dessa segurança pode pôr em risco os investimentos no setor que hoje são considerados necessários para evitar uma escassez energética no futuro.
Além de reiterar o compromisso de manter o mercado abastecido, espera-se que a Opep decida fortalecer sua ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres.
Os ministros descartaram totalmente que os Chefes de Estado que se reunirão amanhã e domingo abordem o tema dos preços atuais e um eventual aumento da oferta de petróleo pedida pelos EUA e pela Agência Internacional da Energia para baratear os combustíveis no inverno do hemisfério norte.
No entanto, os ministros afirmaram hoje que a reunião em Riad se destina às políticas a longo prazo. Além disso, o reajuste do número de barris de petróleo que o grupo produz só será discutido na 145ª conferência ministerial, em 5 de dezembro em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/198113/visualizar/
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