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Cidades/Geral
Sexta - 17 de Maio de 2013 às 21:48

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Cinco pessoas que trabalhavam em condições análogas às de escravo em uma fazenda, localizada na zona rural de Paranatinga (373 km ao sul de Cuiabá), foram resgatadas na quinta-feira, 9, durante ação fiscal conjunta com o Ministério do Trabalho e Emprego – MPT, e a Polícia Civil do município.



Eles laboravam na derrubada, corte e carregamento de eucalipto, que era comercializado pela fazenda, por meio de contrato de compra e venda de lenha, a uma produtora de biodiesel. 
 


A equipe de fiscalização encontrou os trabalhadores alojados em um barraco de lona, feito de tronco de madeira, em piso de terra batida, situado próximo a uma “grota”, de onde era obtida a água consumida pelos resgatados. O local ainda era utilizado para tomar banho, lavar roupas e louças. Eles não possuíam registro em CTPS e estavam trabalhando há 60 dias sem recebimento de salário. 
 


Os fiscais apuraram ainda que a propriedade não fornecia aos trabalhadores instalações sanitárias, por isso eram obrigados a fazer suas necessidades fisiológicas no mato. Segundo depoimento dos trabalhadores, não havia fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI´s) e de treinamento para operação da motosserra. Os custos das ferramentas de trabalho e da alimentação eram todos descontados da remuneração.
 


“Durante a inspeção, verificou-se que os trabalhadores estavam completamente abandonados à própria sorte, prestando serviços de corte, carregamento e descarregamento de madeira para a fazenda e para a empresa de biodiesel, em total desrespeito aos direitos fundamentais trabalhistas”, ressaltou o procurador André Melatti. 
 


Conforme o procurador ficou constatado, por meio de depoimento do gerente do negócio, que tanto a fazenda como a empresa de biodiesel se aproveitavam da força de trabalho para auferir lucros, mediante a partilha de responsabilidades durante a extração do eucalipto. Ainda segundo ele, o MPT vai buscar a responsabilização de todos os envolvidos.
 
 
De acordo com o MPT, as empresas se recusaram a realizar o pagamento das verbas rescisórias e da indenização por danos morais individuais, que atingiu o valor de R$ 55.600. Dessa forma, o MPT em Rondonópolis ajuizou na última segunda-feira, 13, na Vara do Trabalho de Primavera do Leste, uma ação cautelar com pedido de bloqueio de bens dos responsáveis, para garantir a quitação de todos direitos trabalhistas.





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