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Internacional
Segunda - 12 de Novembro de 2007 às 17:30

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Seis palestinos morreram e 130 foram feridos a tiros nesta segunda-feira em Gaza, em confrontos entre a polícia do Hamas e manifestantes que participavam de ato em memória do líder histórico palestino Yasser Arafat.

Os incidentes explodiram quando centenas de milhares de palestinos se dispersavam ao fim de uma manifestação organizada pelo partido Fatah para recordar o terceiro aniversário da morte de Arafat.

Policiais e militantes armados do Hamas, o movimento radical que assumiu o poder à força em Gaza em junho passado, abriram fogo contra os manifestantes. Algumas pessoas gritavam frases contra o grupo que governa Gaza.

Entre os mortos há mulheres e crianças, segundo fontes médicas.

Emissoras de televisão palestinas exibiram imagens ao vivo de militantes do Hamas agredindo um manifestante.

A cerimônia que, segundo o Fatah do presidente Mahmud Abbas, contou com a presença de meio milhão de pessoas, foi a mais importante organizada pelo movimiento em Gaza desde a criação da Autoridade Palestina em 1994.

Em um discurso lido em seu nome no ato, antes da confusão, Abbas denunciou "os crimes" cometidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

"Pedimos ao Hamas e a seus milicianos armados que cessem os crimes e que, no entanto, não prejudicarão nossa determinação", disse Abbas no discurso lido por um dos líderes do Fatah, Zakariya Al Agha.

"Fazemos uma convocação ao Hamas, que deu um golpe, para que recue e interrompa as manobras criminosas".

Abbas considera esta manifestação um "repúdio ao golpe do Hamas em Gaza e um sinal de respaldo a sua presidência legítima", disse o porta-voz à AFP.

A multidão, que compareceu a partir de todas as localidades da Faixa de Gaza, exibiu fotos de Arafat, bandeiras palestinas e amarelas do Fatah, o partido fundado pelo falecido líder palestino.

Segundo Mujeimar Abu Saada, professor de política na Universidade Al Azhar de Gaza, a manifestação representa "uma mensagem de revolta do povo palestino e dos simpatizantes do Fatah diante da divisão interna palestina e uma rejeição às atuações das forças do Hamas em Gaza".

"Não esqueceremos jamais o pai mártir Abu Ammar", afirmava um cartaz com o nome de guerra de Arafat.

Segundo uma fonte do Fatah, a polícia do Hamas apreendeu no domingo milhares de retratos de Arafat e de Abbas, assim como bonés e lenços com suas imagens que seriam distribuídos durante a manifestação.

O Hamas reprimiu violentamente nos últimos meses manifestações similares do Fatah em Gaza e tenta desprezar ao máximo Abbas e sua equipe de governo instalada em Ramallah (Cisjordânia).

No domingo, milhares de pessoas se reuniram na sede da Autoridade Palestina em Ramallah para lembrar o terceiro aniversário da morte de Arafat, no dia 11 de novembro de 2004 em Paris aos 75 anos de idade.

Este aniversário coincide com o momento de maior divisão entre os palestinos, já que a Autoridade fundada por Arafat controla apenas a Cisjordânia desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza.





Fonte: EFE

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