Desprestigiados, prefeitos do PR admitem não disputar a reeleição
A situação vem se complicando desde que a posse de Luiz Antônio Pagot na direção-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Sem interlocutor, os prefeitos reclamam, conforme apurou A Gazeta, que o PR não dá sustentação política e a falta de um maior acesso ao governo Maggi.
"Não temos ninguém para discutir os nossos pleitos", observou um chefe do executivo municipal. O prefeito de Chapada dos Guimarães, Gilberto Mello, por exemplo, solicitou ajuda para a recuperação de uma ponte na zona rural. As obras não foram realizadas e as chuvas, que caíram no município nos últimos dias, fez com que ela desabasse com uma caminhão em cima, isolando a região.
O seu drama ficou ainda mais insustentável na semana passada, quando recebeu um telefonema do arquiteto Oscar Niemeyer, um dos mais influentes do país, solicitando a devolução do projeto que fez para Chapada dos Guimarães. A obra iria ser realizada sob patrocínio da Petrobras, usando o benefício do incentivo à cultura no valor de R$ 22 milhões.
No entanto, nada foi feito e o arquiteto cansou de esperar o pagamento do seu trabalho. Esse fato ilustra a dificuldade que a maioria dos prefeitos do PR está enfrentando. Apesar do governador Blairo Maggi sempre ter deixado claro que não iria conceder nenhum privilégio os chefes de executivos municipais republicanos, eles esperavam ao menos receber uma atenção maior por parte dos membros do governo.
"Em todas as secretarias que a gente vai só ouve não", reclamou um prefeito. O desconforto é provocado porque eles não tem o que falar quando é cobrado pela população. "Nós somos governo e não recebemos nada. O povo não entende porque não recebemos nada", ressaltou. Diante disso, segundo ele, fica difícil tentar a reeleição porque "ficamos com a imagem desgastada".
Sem alternativa, eles depositam a esperança nas emendas dos deputados estaduais e, principalmente, nos federais. "A gente vai conseguir fazer alguma coisa com o apoio dos deputados estaduais e da bancada federal", ressaltou. Até mesmo os prefeitos, que não podem mais disputar a reeleição, reclamam a falta de apoio político e administrativo no Estado. "Estamos com pires na mão e sem expectativa", completou.
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