Empresário pagou R$ 500 mil de 'pedágio' a Renan Calheiros
O empresário João Lyra entregou ao Conselho de Ética memorial que relata com detalhes a história de um suposto pagamento de R$ 500 mil, a título de 'pedágio' para facilitar a regularização pelo Senado da concessão de uma rádio, ao então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A rádio foi comprada por Lyra de um pastor evangélico para suprir a perda de uma outra emissora, que teria ficado com Renan no momento em que os dois dissolveram uma sociedade oculta - a JR.
O principal assessor de comunicação de Renan, que se licenciou da presidência em 11 de outubro, não foi encontrado na quarta-feira para comentar a denúncia.
O suposto pagamento teria sido feito, segundo Lyra, a um intermediário, o empresário Tito Uchoa, apontado como o representante de Renan. No jargão das transações ocultas, Uchoa seria o laranja que, conforme o memorial, recebeu a quantia em parcelas em nome do peemedebista.
A confirmação da renovação ocorreu em 2005, quando Renan já presidia o Senado. Lyra, que já mencionara o caso ao corregedor da Casa, Romeu Tuma (PTB-SP), teria adquirido uma rádio mais barata, mas com a concessão vencida.
Se confirmada a denúncia, o relator Péres pode pedir no Conselho de Ética a cassação do senador por quebra de decoro.
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