Juiz define hoje data do leilão da fazenda de Júlio Campos
Por determinação judicial, parte do dinheiro arrecadado com o imóvel será usada para quitar uma dívida de campanha eleitoral. Campos deve R$ 1.565.913,95 ao grupo Zahran, dono da TV Centro América, afiliada da Rede Globo. A pendência financeira dura nove anos.
Duas datas haviam sido marcadas para o leilão: 14 e 30 deste mês. Essa era a determinação enviada por meio de carta precatória pelo 28° Ofício Civil de São Paulo (fórum João Mendes Júnior), onde corre o processo contra Campos.
Ocorre que o juiz de Santo Antônio de Leverger, Lídio Modesto da Silva Filho, quis saber mais detalhes sobre o manifesto judicial e descobriu que Júlio Campos não é o único implicado na questão.
Além do conselheiro consta no processo como também devedor um certo Benedito Sérgio de Castro Braga, um dos financiadores da campanha do irmão de Campos, o senador eleito no ano passado, Jaime Campos (DEM).
E pela determinação judicial a dívida a ser paga aos Zahran deve ser quitada apenas com parte do patrimônio de Júlio Campos.
De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça mato-grossense, o processo se encontrava na mesa do juiz ontem à tarde, que prometera definir a data do leilão ainda nesta quinta-feira.
Em 1998, o PFL, agora DEM, contratou a VCA Produções, do Grupo Zahran, para produzir o vídeo da campanha de Júlio Campos que era mostrado no horário eleitoral.
O conselheiro, também ex-governador, perdera aquela disputa por diferença de 140 mil votos para Dante de Oliveira, morto em julho do ano passado.
O processo 169/2006 diz que a propriedade de Campos que vai a leilão, a fazenda São José do Piquiri, mede 8,4 mil hectares e custa hoje R$ 5.657.397,50. Metade da área é ocupada por reserva florestal.
No imóvel foram construídos piscina, pista de avião, casa para empregados e um casarão de mil metros quadrados. Na ação, o conselheiro tentou convencer a justiça que a dívida era do partido e não dele.
Por decisão do 28° Ofício Civil de São Paulo, no primeiro leilão, a propriedade de Campos não pode ser negociada por preço inferior ao estabelecido por um perito contratado pela Justiça.
Já no segundo leilão, se não houver a oferta de R$ 5,6 milhões, o imóvel rural pode ser arrematado pelo maior lance, isto é, não é levado em conta o valor do patrimônio. Contudo, o imóvel não pode ser leiloado por preço inferior à dívida cobrada.
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