Rossi entrega a Henry as emendas do OGU-2007
O deputado Pedro Henry (PP) herdou do seu colega de partido Lino Rossi, que deixou a cadeira de parlamentar em janeiro deste ano, o bônus de acompanhar e ajudar na execução das emendas individuais junto ao Orçamento Geral da União deste ano. Trata-se de mais um trunfo para Henry, exímio articulador político, ampliar o atendimento de sua base eleitoral.
Enrolado até o pescoço com a máfia das sanguessugas - chegou a ser preso por dois dias por tentar postergar audiência na Justiça Federal -, Lino Rossi apresentou no final do ano passado 20 emendas, totalizando R$ 6 milhões. Foram indicações para contemplar vários municípios com obras de infra-estrutura urbanística, saúde, educação, agricultura e turismo. Como não está mais na Câmara, Rossi pediu que o amigo Pedro Henry cobre e acompanhe a execução dessas emendas. Ambos possuem estreita relação de amizade e são do mesmo partido, o PP. Assim como Rossi, Henry também vive na berlinda por acusação de envolvimento em escândalos. É acusado de ligação com a máfia das sanguessugas e já virou réu no caso mensalão, no qual responde junto ao Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Articulação
Por outro lado, Henry, que foi líder da bancada do PP na Câmara e quase virou ministro do governo Lula, destaca-se como um dos parlamentares que mais conseguem trazer recursos para Mato Grosso, conforme admite o governador Blairo Maggi (PR). Agora abocanhando as indicações de projetos de Rossi, Pedro Henry consegue reconquistar e/ou ampliar o atendimento de pleito de alguns municípios porque impõe o seu carimbo nessas obras a serem viabilizadas com recursos garantidos por essas emendas.
No OGU-2007, a bancada federal mato-grossense (8 deputados e 3 senadores) apresentaram R$ 1,3 bilhão em emendas. Inclui-se, entre elas, uma coletiva para a construção do anexo do Tribunal Regional Eleitoral. O problema, porém, é que nem todas são viabilizadas na prática. No OGU-2006, por exemplo, a bancada indicou R$ 2 bilhões. No final, conseguiu empenhar R$ 183 milhões.
De todo modo, Rossi, se sobreviver a mais uma representação, desta vez no TRE/MT sobre acusação de compra de votos, continuará atuando forte nos bastidores na esperança de reconquistar seu poder de influência, perdido com tantos escândalos. Nas urnas do ano passado, mesmo combalido, ele se reelegeu. Teve 73.312 votos, longe dos 120.840 votos que, em 2002, consagraram-no como o campeão de votos.
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