Jacques Wagner não descarta disputar Presidência em 2010
Na lista de possíveis candidatos do PT à sucessão de Lula, ele citou a ministra do Turismo, Marta Suplicy, e a da Infra-Estrutura, Dilma Rousseff. “A Dilma pode ser o símbolo de toda essa gestão vitoriosa do presidente Lula.”
Wagner afirmou ser contra um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Isso seria insensato.” Ele defendeu o fim da reeleição e um mandato de cinco anos.
Sobre a CPMF, o governador declarou que ela poderia ser extinta se houver uma reforma tributária que preveja compensações para a perda de arrecadação. Veja os principais pontos da entrevista.
Terceiro mandato de Lula
Eu acho possível um próximo mandato sem reeleição e de cinco anos, mas não prorrogar esse. Prorrogar esse é outro casuísmo complicado. Não acho tão fácil (discussão de um terceiro mandato dentro do PT). Para mim é impossível. No que depender de mim, é impossível e insensato. Nunca vi nem participei de nenhum debate sobre terceiro mandato (no PT).
Candidatura à Presidência
Minha tese é a seguinte: quem vive de reminiscências do passado ou vive com projeção no futuro acaba não fazendo o principal, que é realizar no presente. Nem a gente fica na fama do ‘oh, fez uma bela vitória (na eleição ao governo da Bahia)’ nem eu estou projetando esse futuro. Acho que a gente tem que governar bem. Porque se governar bem, você pode desembocar em 2010 e dizer ‘esse é um nome que está preparado para uma reeleição, se houver, ou para outro tipo de desafio’. Se você me perguntar se é isso o que estou planejando, não. Mas descartar, eu também não vou descartar. O nome pode estar preparado, pode ser uma solução interna. Se você perguntar se eu estou fazendo isso, planejando, rodando o país, interagindo internamente no PT em função disso, não estou. Acho que não é hora. As pessoas dizem que o PT não tem nome, mas o PT também não era nome em 1989 e o Lula quase chega lá. Eu também não era nome, e acabei virando governador. Isso não é tão cartesiano.
Outros nomes
Temos muitos nomes. Estão na cena política e são razoáveis. O da Marta, evidentemente é [um nome forte], afinal de contas ela foi prefeita da maior cidade da América Latina e não perdeu tão feito da última vez. A Dilma pode ser o símbolo de toda essa gestão vitoriosa do presidente Lula. A Marta pode, a Dilma pode, o Marcelo Déda (governador de Sergipe pelo PT) pode, o Patrus (Ananias, ex-ministro) pode? Pode. Há pensamentos que acham que é até importante ter uma alternância dentro da base. O (deputado) Ciro (Gomes) evidentemente é um nome que transita, foi ministro do presidente, tem pontos de aderência com o PT. Eu acho que ele é um nome. Como possibilidade, sim; como probabilidade, não. Mas defendo que a gente deveria chegar em 2010 mantendo a unidade da base mantendo o projeto deste projeto tendo candidato único.
CPMF
A CPMF poderia até acabar, se houver um projeto de reforma tributária. Não sei que pontos deveria conter para justificar a extinção da CPMF, isso é com a Fazenda. A proposta do governador Aécio, de aumento nos repasses da CID (imposto sobre combustíveis), é inteligente, tem começo, meio e fim. Ela foi criada para isso. Levei a proposta adiante, para o [ministro Guido] Mantega, para a Dilma. A receptividade foi boa, mas sabe como é, a Fazenda sempre joga na retranca. O Aécio e o [José] Serra (governador de São Paulo) estão tendo uma posição responsável, própria de quem está no Executivo.
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