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Politica Brasil
Segunda - 05 de Novembro de 2007 às 20:00

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De Brasília - O Palácio do Planalto confirmou nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará à Bolívia no dia 12 de dezembro para conversar com o presidente boliviano Evo Morales sobre a retomada dos investimentos brasileiros no setor de gás do país.

O porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, disse que Lula quer a "retomada de projetos de industrialização do gás boliviano" e pretende levar na viagem uma delegação de empresários interessados em "oportunidades de investimentos brasileiros na Bolívia".

Os dois presidentes, disse Baumbach, esperam "lançar uma nova etapa nas relações bilaterais".

Desde a nacionalização do setor de hidrocarbonetos, no ano passado, Morales tem dito que quer investimento externo para a criação no país de um complexo petroquímico para desenvolver a economia do país.

Mas as mudanças de regras praticamente congelaram os investimentos externos, apesar das empresas que já operam no país terem concordado com o aumento dos impostos.

A viagem a La Paz foi acertada em telefonema do presidente Lula a Morales, nesta segunda-feira. Os dois também combinaram de conversar em Santiago, no Chile, onde ambos participam de quinta-feira a sábado da reunião da Cúpula Ibero-Americana, para discutir os detalhes do encontro de dezembro.

De acordo com o porta-voz, o presidente Lula também cobrou do presidente boliviano um projeto para a destinação dos US$ 10 milhões aprovados pelo Congresso brasileiro para projetos de cooperação em desenvolvimento agrário envolvendo brasileiros nos Estados de Pando e Beni, na fronteira com o Brasil.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, viaja à Bolívia nesta terça-feira para retomar os contatos com o governo boliviano para novos investimentos da empresa no país. O porta-voz disse que o presidente Lula expressou a Morales "expectativas otimistas" em relação a viagem de Gabrielli.

Desde o ano passado, a Petrobras não fez novos investimentos no país, que precisa de capital externo para ampliar sua produção e cumprir os contratos de fornecimento de gás que assinou com o Brasil e a Argentina.

A viagem de Lula vem sendo acertada desde o início de outubro. Inicialmente, o plano era um encontro em uma cidade na fronteira entre os dois países, mas o Planalto decidiu mudar o local para La Paz "para dar uma cara de visita de Estado", como disse um assessor.

Apesar do apoio de Lula a Morales ainda durante a campanha, as relações entre os dois países ficaram tensas a partir de maio do ano passado, poucos meses após a posse, quando o Exército ocupou as refinarias da Petrobras, que depois foram vendidas ao governo boliviano em um processo forçado de nacionalização.

O último encontro dos dois presidentes aconteceu na Ilha Margarita, na Venezuela, em abril, durante a reunião de cúpula energética dos países da América do Sul.

Na ocasião, o presidente Lula teria dito a Morales, em um encontro reservado, que não toleraria mais decisões unilaterais que prejudicassem o Brasil.

A última visita do boliviano ao Brasil foi em fevereiro, quando depois de várias horas de negociação os dois governos chegaram a um acordo para reajustar o preço do gás importado pelo Brasil.

Com a indenização das refinarias da Petrobras, o reajuste do preço do gás importado pelo Brasil e a renegociação dos contratos de exploração de gás com aumento dos impostos e royalties pagos pelas empresas estrangeiras, as relações foram pacificadas, mas a Petrobras não fez nenhum investimento novo na Bolívia.

Recentemente, Morales se juntou aos críticos do etanol, a principal bandeira do presidente Lula, e fez um discurso criticando o combustível na abertura da Assembléia Geral da ONU, em setembro.




Fonte: BBC Brasil

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