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Politica Brasil
Segunda - 05 de Novembro de 2007 às 17:06

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O diretor geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot, defendeu a implantação efetiva da cultura da multimodalidade no país, com o aproveitamento do potencial hídrico e a integração do transporte hidroviário ao ferroviário. “O Brasil vive um momento ímpar em termos de desenvolvimento e não pode deixar que projetos gigantescos, como os do açúcar e do álcool, ou de proteínas animais, esbarrem na falta de infra-estrutura, que não é só rodoviária, mas também hidroviária e ferroviária”, enfatizou, durante o Seminário “Portos e Vias Navegáveis”, promovido no Congresso Nacional pela Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional.

Na avaliação de Pagot, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) resgata, embora timidamente, essa questão. “Temos que evoluir, a partir dos debates feitos pelo Governo, nos investimentos na multimodalidade, passando das palavras para as ações concretas”, disse. O diretor-geral do DNIT afirmou que os investimentos previstos em rodovias não são suficientes para reduzir as desigualdades regionais e promover a integração nacional. “Por isso, precisamos integrar os modais e desenvolver projetos de hidrovias e de ferrovias a fim de superar questões como a competitividade e a redução do Custo Brasil”, comentou, lembrando que em algumas regiões, a falta de infra-estrutura aumenta o preço dos produtos em até 40%, atingindo, principalmente, os mais pobres.

É necessário, avaliou Pagot, trabalhar com um novo enfoque na questão do complexo hidroviário que pode ser colocado à disposição do país, tanto para transporte de cargas como para a integração. “Não podemos deixar essa quantidade extraordinária de água doce sem aproveitamento. É preciso respeitar o meio ambiente, mas tratar o rio parcimoniosamente para garantir o desenvolvimento econômico e a geração de oportunidades”, observou.

Para o diretor geral do DNIT, os projetos de infra-estrutura de grande capacidade devem, necessariamente, ser acompanhados da responsabilidade ambiental. Mas reconheceu que no Brasil, estes projetos demoram muitos anos para serem aprovados e apresentam exigências imediatas em relação ao meio ambiente que, muitas vezes, dificultam sua execução. “Na Alemanha, por exemplo, vi projetos em andamento nos quais as medidas mitigadoras de danos ao meio ambiente seriam aplicadas até 2014 e as relativas ao passivo ambiental, até 2018”, relatou.

Pagot também salientou a necessidade de integração dos projetos de energia hidroelétrica aos projetos de transporte hidroviário como forma de melhor aproveitamento do potencial hídrico. Citou como exemplo o projeto de construção de quatro hidroelétricas no rio Parnaíba, entre o Maranhão e o Piauí. “Estes projetos deveriam vir sempre acompanhados por eclusas, pois permitiriam a navegação, viabilizando 1.300 quilômetros de vias navegáveis no Nordeste, além de criar uma bacia de água doce extraordinária que poderia ser aproveitada em projetos de irrigação”, afirmou. Em sua opinião, a questão de custos adicionais decorrentes das eclusas seria discutida entre os ministérios dos Transportes e das Minas e Energia.





Fonte: 24 Horas News

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