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Politica Brasil
Quinta - 01 de Novembro de 2007 às 16:45
Por: Cristiana Lôbo

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O presidente Lula determinou a seus aliados que abortem quaisquer iniciativas que visem mudanças na Constituição que possam alimentar o debate sobre a possibilidade de ele disputar um terceiro mandato. Ele argumenta que isso fere a democracia e iria, também, prejudicar sua imagem perante a Historia. O assunto entrou em debate depois que um amigo pessoal do presidente, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), anunciou que apresentaria projeto de emenda constitucional propondo a possibilidade de o presidente da República disputar um terceiro mandato.

Na quarta-feira, o debate cresceu ainda mais, depois que a presidência da Câmara desbloqueou a tramitação de projeto que acaba com a reeleição – o que, pelo regimento interno da Casa, obriga que sejam a ele apensadas todas as propostas que tratam de mandato presidencial, inclusive, os que vierem a propor a possibilidade de o presidente da República disputar um terceiro mandato.

À noite, para pôr fim à discussão, o presidente Lula telefonou ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, para deixar claro seu ponto de vista e recomendar que o debate não cresça na Câmara dos Deputados. Segundo um auxiliar, o presidente disse que essa mensagem deveria ser transmitida ao presidente do PT, Ricardo Berzoini, que defende uma reforma política que, volta e meia é associada à idéia de terceiro mandato, e que poderia também conversar com Devanir Ribeiro para dissuadi-lo da idéia de apresentar tal proposta de emenda constitucional.

- Este assunto não está na pauta do governo nem do presidente da República – disse o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia.

O debate na Câmara sobre a possibilidade de haver um terceiro mandato para Lula gerou desconfianças no Senado. Senadores tucanos ameaçaram paralisar as negociações sobre a prorrogação da CPMF até 2011, tema fundamental para o governo, se na Câmara fosse apresentada emenda do terceiro mandato. Na manhã desta quinta-feira, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC) telefonou ao líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro, para pedir que o debate na Câmara fosse sustado porque estaria, segundo ela, prejudicando as articulações no Senado para a prorrogação da CPMF.

- Esse assunto não existe – emendou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, também envolvido nas negociações para a prorrogação da CPMF. No começo da tarde, ele telefonou ao ministro Mares Guia para adverti-lo de que o debate sobre terceiro mandato na Câmara estava prejudicando as articulações do governo no Senado.

Aos aliados, o presidente Lula tem dito que não vai aceitar o debate sobre o terceiro mandato consecutivo. Em suas argumentações, ele diz que terá “melhor lugar na história” se concluir bem este segundo mandato. Daí, ele admite – como, aliás, falou em entrevista – que poderá, dependendo das circunstâncias, disputar a presidência em 2014. Isso, sempre acompanhado do comentário: “nem sei se estarei vivo…”





Fonte: G1

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