PDT já estuda ação para reaver suplência de Brito
O PDT deverá mover uma ação junto à Justiça Eleitoral para cobrar a primeira suplência na Assembléia Legislativa ocupada por Carlos Brito, hoje secretário de Justiça e Segurança Pública. Ele migrou para o PR no final de setembro. O tema polêmico envolvendo a infidelidade partidária será analisado pela cúpula do PDT no Estado nos próximos dias, com a visita do secretário nacional do partido, Manoel Dias.
A investida judicial já é fomentada por alas do partido, após uma saída conturbada de Brito da sigla, às vésperas do prazo final pregado pela legislação eleitoral para a filiação aos futuros candidatos, um ano antes das eleições. Em público, o presidente do PR, governador Blairo Maggi, desvencilhou a filiação de uma futura candidatura a prefeito.
“É no mínimo uma questão para se analisar. Ele foi infiel ao partido. Na verdade, o Brito nunca foi PDT”, critica o vereador e pré-candidato à prefeitura de Cáceres, Wilson Kishi, segundo suplente na coligação formada em 2006 entre PDT e PSC. Ele obteve 8,751 mil votos no pleito a deputado.
Kishi fazia uma “visita de cortesia” à Casa de Leis ontem, para reivindicar recursos a projetos em seu colégio eleitoral. Ele deverá ingressar na Assembléia no próximo ano, no rodízio acordado entre a sigla e o deputado eleito Otaviano Pivetta para contemplar os suplentes.
No caso de Brito, a cobiçada primeira suplência, trunfo aos partidos que compõem coligações, desponta como um caso à parte em Mato Grosso nos meandros das discussões envolvendo a fidelidade partidária. Brito não alcançou cadeira de titular nas eleições apesar da expressiva votação no ano passado.
Com 30,889 mil votos, ele foi o nono candidato mais votado nas eleições ao cargo, superando a maior parcela de deputados eleitos, mas sofreu na prática uma “rasteira” imposta pelo quociente eleitoral que rege a divisão de vagas aos partidos e coligações.
O assunto promete roubar a cena em reunião com o representante da Executiva nacional da agremiação. Na oportunidade, a direção nacional do partido deverá repassar as instruções perante casos de infidelidade em geral, ou seja, se a sigla no campo regional deverá investir para reaver os mandatos de eleitos.
As deliberações também passarão pelos planos da legenda para as eleições de 2008 e 2010. Em Cuiabá, Brito era o principal expoente do PDT a uma eventual candidatura própria à prefeitura de Cuiabá. Hoje, no PR, ele apontado como ‘plano B’ na sigla, vislumbrado especialmente como vice na futura chapa composta pelo novo partido.
Confirmada a ação e numa eventual vitória da legenda, a retirada da primeira suplência das mãos de Brito obviamente favorece aos suplentes “fiéis” que permaneceram na legenda após a derrota oficial nas urnas. Entre eles está Erival Capistrano, terceiro suplente, que hoje ocupa cadeira no Legislativo estadual ante o período de licença requerido por Pivetta, em setembro.
Quanto a Kishi, as conversações internas direcionam o ingresso na Assembléia no início do ano, após um novo pedido de licença por parte de Pivetta. Para assumir a cadeira de deputado, mesmo que temporariamente, ele terá que renunciar ao mandato de vereador em Cáceres, o quinto no currículo político de Kishi.
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