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Economia
Terça - 30 de Outubro de 2007 às 10:42
Por: Fabíola Salvador

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O debate envolvendo a remuneração obtida pelos pecuaristas com a venda de boi gordo voltou à tona em Mato Grosso do Sul. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Corte, de Campo Grande, Gelson Feijó, explicou que a cada quatro animais abatidos, um representa lucro líquido para o frigorífico, em função do completo aproveitamento dos subprodutos, como sebo, couro e miúdos, sobre os quais o produtor não recebe qualquer remuneração.

Ele disse que os frigoríficos conseguem lucratividade por meio da comercialização desses produtos e que não são pagos aos pecuaristas. "Se a indústria dependesse somente da venda da carcaça, teria prejuízos, pois entre o que ela paga e o que vende aos varejistas, perde pelo menos 2%", afirmou.

O pesquisador comprovou a afirmação apresentando dados de um frigorífico que paga R$ 936 por uma carcaça e a vende a R$ 906 para os varejistas. "Desta forma fica evidente que é com os subprodutos do boi que as indústrias conseguem obter lucratividade, que por sua vez vai depender da eficiência da própria indústria na exploração e busca por clientes para esses subprodutos", esclareceu. As informações são da assessoria de imprensa da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul).

Em evento organizado pelo Sindicato Rural de Campo Grande (MS), o pesquisador apresentou estudos que demonstraram que em toda a cadeia produtiva da carne, quem fica com a maior parte do lucro é o mercado varejista. "Eles pagam, em média, R$ 4 por quilo de carcaça, e vendem a R$ 14 o quilo do filé, e de R$ 14 a R$ 20 o quilo da picanha", revela.

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro, disse que o fato de as indústrias frigoríficas pagarem apenas pela carcaça só ocorre no Brasil. "Em todo o mundo o produtor é remunerado pelo quilo vivo do boi. Apenas aqui somos pagos pela carcaça, sendo que produzimos o sebo que vira sabonete, biocombustível; o couro que se transforma em calçados e muito mais", comentou.





Fonte: AE

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