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Politica Brasil
Terça - 30 de Outubro de 2007 às 09:12
Por: Celso Bejarano Jr.

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Por não pagar uma dívida de campanha eleitoral assumida nove anos atrás, calculada em R$ 1.565.913,95, quando disputara o governo de Mato Grosso, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Julio José de Campos, terá um de seus bens leiloados, uma fazenda situada num dos mais belos santuários ecológico do mundo, o pantanal mato-grossense. Não cabe recurso.

O favorecido na causa é o Grupo Zahran, dono da TV Centro América, afiliada da Rede Globo, contratada para criar a campanha de Campos em 1998.

O conselheiro, também ex-governador, perdera aquela disputa por diferença de 140 mil votos para Dante de Oliveira, morto em julho do ano passado.

O processo 169/2006, correu na comarca de São Antonio de Leverger, 30 quilômetros longe de Cuiabá, onde fica a propriedade de Campos, a fazenda São José do Piquiri, de 8,4 mil hectares, avaliada em R$ 5.657.397,50. O leilão fora determinado pelo juiz Lídio Modesto da Silva Filho.

O magistrado marcou duas datas para o leilão: 14 e 30 de novembro. No primeiro, a propriedade não pode ser negociada por preço inferior ao estabelecido por um perito contratado pela Justiça.

Já no segundo leilão, se não houver a oferta de R$ 5,6 milhões, o imóvel rural pode ser arrematado pelo maior lance, isto é, não é levado em conta o valor do patrimônio. Contudo, o imóvel não pode ser leiloado por preço inferior à dívida cobrada.

A ação que tira o bem de Julio Campos foi movida por Ueze Elias Zahran, o chefe do Grupo Zahran, dono também da Copagaz, a 215ª maior empresa do Brasil, cuja receita líquida alcançada no ano passado somou quase R$ 1 bilhão, segundo recente publicação da Revista Dinheiro.

A reportagem tentou conversar com os envolvidos na questão no final da tarde desta terça-feira, mas conseguiu. De acordo com o processo, metade da fazenda é composta por vegetação artificial e a outra metade por reserva florestal.

No imóvel foram construídos piscina, pista de avião, casa para empregados e um casarão de mil metros quadrados. Na ação, o conselheiro tentou convencer que a dívida era do partido e não dele.

Um advogado do conselheiro chegaria a Cuiabá na noite de ontem para tentar negociar a conta com os Zahran, mas a decisão já firmada não pode ser contestada.

Desde que perdera a eleição para Dante, Júlio, que era do PFL, atual DEM, não enfrentara mais o processo eleitoral. Ele foi escolhido conselheiro em 2003. Seu salário é de R$ 22 mil, quantia próxima a que recebe de pensão vitalícia por ter sido ex-governador do Estado.





Fonte: Midia News

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