Na direção do Dnit, Pagot "patrola" Fagundes
O deputado Wellington Fagundes, que tinha trânsito livre no Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), agora está sendo barrado. O sinal vermelho foi acionado pelo novo diretor-geral da autarquia Luiz Antonio Pagot. Aos aliados mais próximos, Pagot tem dito que Fagundes se juntou à oposição na tentativa de barrar sua nomeação no cargo federal e agora começa a fechar as portas para o parlamentar de quinto mandato, mesmo ambos estando no mesmo partido, o PR.
O Dnit era um dos trunfos eleitorais de Fagundes. Do órgão detentor hoje de um orçamento anual de R$ 12 bilhões saíram recursos para atender a base do ex-cacique do extinto PL e financiamento de empreiteiras para sua campanha. Em praticamente todas as rodovias federais em Mato Grosso Fagundes dava palpites e exercia influência na apresentação de emendas e na viabilização de recursos. Agora, mesmo tendo ligação de amizade com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o parlamentar encontra obstáculos no setor por causa de Pagot, o novo trator do governo Lula que já patrolou Fagundes.
Entre as informações de bastidores que contribuíram para o distanciamento entre os dois republicanos estão a de que o deputado teria se juntado a um grupo de empreiteiras para impedir ingresso de Pagot no Dnit. Foram seis meses de espera. O ex-secretário do governo Blairo Maggi enfrentou várias denúncias, questionamentos e quase teve o nome reprovado no Senado.
Agora Fagundes, que abriu as portas do PR (fundado com a fusão do PL com o Prona) para receber a turma da botina, vê as mesmas portas se fecharem para si. O deputado sonha com uma candidatura ao Senado, em 2010. Pagot também alimenta pretensões também por uma candidatura majoritária, inclusive ao governo do Estado. A queda-de-braço entre os dois tende a resultar em ruptura.
É visível a tentativa do grupo do governador Maggi de excluir Fagundes do grupo por entender que trata-se de alguém inconfiável. No Palácio Paiaguás, o parlamentar que perdeu a Prefeitura de Rondonópolis por duas vezes não entra mais pelos fundos, como antes. No Dnit, ocorre o mesmo. Aos amigos, Fagundes tem dito que já está com saudades dos grupos que antecederam a turma da botina no poder, seja com o PSDB, então sob o governador Dante de Oliveira, de quem chegou a ser secretário de Estado, seja do ex-diretor-geral do Dnit, Mauro Barbosa da Silva.
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