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Cidades/Geral
Sábado - 27 de Outubro de 2007 às 20:09

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A Secretaria de Estado de Saúde (SES) oferece, desde 2003, o atendimento a pacientes com diabete que, por causa dos efeitos da doença, acabam com ferimentos nos pés. O serviço é conhecido pelo nome de Pé em Risco - nome oficial: Pé Diabético -, e funciona na divisão de Dermatologia do Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac), da SES. Apenas durante o ano de 2006 o serviço atendeu cerca de 2.400 pacientes, numa média de 200 atendimentos mensais. Até este mês já foram realizados cerca de dois mil atendimentos.

Segundo a coordenadora do Pé em Risco, Ana Helena Dotta, o serviço já é referência no Estado, sendo o único centro de atendimento público para esse tipo de agravo na região Centro-Oeste. Ela explicou, ainda, que o acesso ao atendimento no Pé em Risco é feito através das unidades básicas de Saúde.

“Diabéticos com lesões nos nervos periféricos, de difícil cicatrização, são encaminhados pelos Centros de Saúde e Postos para o Pé em Risco. Atualmente podemos dizer que diminuímos em 90% as amputações de membros inferiores, em decorrência da diabete, no Estado”, afirmou a coordenadora.

O Pé em Risco realiza curativos, pequenas cirurgias, tratamento e acompanhamento dos pacientes com diabete e que sofrem ferimentos em virtude da doença e, em associação com o Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Correa (Cridac), fornece palmilhas especiais, calçados especiais e próteses de substituição de membros inferiores.

O cuidado necessário com o pé dos pacientes em tratamento de Diabete deve-se ao fato de que a doença provoca perda de sensibilidade dos membros inferiores. “Por conta disso os pacientes não sentem dor quando se ferem e, constantemente, nem mesmo percebem quando sapatos inadequados machucam seus pés, causando feridas. O diabético pode pisar em pregos, lacerar os pés em cacos de vidro ou outros objetos cortantes e não sentir ou perceber que está ferido”, explicou Ana Helena, que é cirurgiã cardiovascular.

Como a Diabete também contribui para o desenvolvimento de infecções rápidas dos ferimentos, de difícil cicatrização, o encaminhamento precoce ao Pé Em Risco é essencial para se evitar amputações de membros inferiores dos pacientes.

Júlio César Braga de Carvalho, 51 anos, sofre de diabete há 17 anos. Teve de amputar quatro dedos do pé por conta de inflamações e ferimentos. Já está se tratando no Pé Em Risco há seis anos. “Foi graças aos cuidados do Pé em Risco que comecei a melhorar e evitei a amputação de um dos pés. Há três anos que estou vivendo bem melhor, usando calçados adequados aos diabéticos e mantendo a doença controlada por meio de remédios”, atestou.

Ana Gomes Silva Nogueira, 53 anos, já perdeu a mãe e dois irmãos que morreram por Diabete, e ela mesma é diabética há 20 anos. É atendida pelo serviço há oito anos. “Aqui no Pé em Risco tive o meu pé esquerdo salvo de ser amputado. Quando comecei o tratamento tinha sido desenganada. O médico disse que o único jeito seria a amputação. Com o tratamento continuo andando com os dois pés até hoje, embora tenha de continuar lutando contra a Diabete”, contou.

PREVENÇÃO E CUIDADOS

A médica explica que vários cuidados preventivos podem ser tomados para evitar os ferimentos nos pés em razão da Diabete. Primeiro os pacientes devem realizar o controle glicêmico de seu sangue e, para isso, podem recorrer ao Centro de Endocrinologia do Cermac.

Também deve ser realizado, diariamente, o exame do pé do paciente, de preferência por um parente, pois a Diabete muitas vezes afeta a visão do diabético. No exame devem ser procurados quaisquer sinais de ferimentos no pé do doente.

O diabético deve realizar caminhadas diárias, desde que use sapatos adequados e as caminhadas não machuquem o seu pé não dispensando nunca o acompanhamento por um cirurgião vascular.

SINTOMAS

Mesmo sem qualquer ferimento provocado por motivo externo a pele dos membros inferiores do diabético (pernas e pés) pode apresentar pequenas erupções que podem se transformar em ferimentos. Os principais sintomas de que a Diabete poderá causar riscos nos membros inferiores dos pacientes são: frio nos pés, dor nas pernas ao caminhar, diminuição da sensibilidade nos pés e pernas, queimação e formigação nos pés.

“Sentindo um ou mais desses sintomas o diabético deve procurar uma unidade básica de Saúde, relatando ao médico o que sente. O médico deverá, então, encaminhá-lo ao Centro de Dermatologia do Cermac, no Pé em Risco. Sem esquecer que todo diabético deve ter o acompanhamento de um cirurgião vascular que pode ser encontrado no Cermac”, disse a coordenadora.

A equipe do Pé em Risco é constituída de uma coordenadora, Ana Helena Dotta, três enfermeiras, oito auxiliares de enfermagem e um fisioterapeuta. O serviço pode ser encontrado no Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade, situado a Rua Thogo Pereira S/Nº, Bairro Porto, Cuiabá-MT.





Fonte: 24 Horas News

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