Deputados reclamam de staff de Maggi
Para piorar o quadro, nem o líder do governo nem o vice-líder, Mauro Savi (PR), e Alexandre Cesar (PT), respectivamente, estavam presentes no plenário. A presença das lideranças foi curiosamente também cobrada por deputados governistas.
O clima ficou mais tenso após a audiência pública, na terça-feira, com o posicionamento do secretário de Fazenda, Waldir Teis, que lidera o número de requerimento não-respondidos, pelo menos nos relacionados por Domingos, ter comparado deputados de oposição a papagaios em função das cobranças feitas ao governo do Estado.
O parlamentar democrata solicitou à Mesa Diretora que fossem tomadas as devidas providências e citou cinco secretarias (Segurança, Cultura, Fazenda, Saúde e Infra-estrutura) no rol de requerimentos e os secretários não responderem no prazo regulamentar de 30 dias. O deputado Roberto França (sem partido) avalizou o questionamento de Domingos. França lembrou que a omissão, por parte dos assessores de confiança de Maggi, caracteriza em crime de responsabilidade administrativa.
O imbróglio entre os dois poderes tem tomado tais proporções, que nem a base governista na Casa de Leis, que na prática é composta por 20 do total de 24 deputados, está conseguindo contornar a celeuma. O deputado petista Ademir Brunetto questionou a ausência do líder do governo e do vice-líder para agirem em defesa do Executivo.
Para Brunetto, é inadmissível que os conflitos ocorram e ainda assim o grupo de situação se mantenha calado. Num cenário inusitado, a deputada tucana Chica Nunes, pertencente à oposição, defendeu Savi e Cesar e rebateu o pronunciamento do petista, se baseando no fato de que qualquer parlamentar da bancada de Maggi está apto a resguardar o Poder Executivo.
“Todos os deputados de bancada podem defender o governo. Cabe a qualquer parlamentar colher informações. O governo do Estado não responde a ninguém do Parlamento, isso não é só tarefa para os líderes. O governo não tem respeito legal e constitucional pelo Legislativo”, disse.
A deputada reiterou o discurso de Domingos, solicitando da Mesa Diretora, presidida naquele momento pelo deputado Dilceu Dal Bosco (DEM), para que fosse apresentado um relatório completo dos requerimentos encaminhados aos secretários, com o intuito de saber a quantidade de respostas e a morosidade em que são atendidas.
Num tom irônico, Chica Nunes disse que falta sensibilidade política e que não agüenta mais a padronização do tratamento dispensado pelo primeiro escalão. “Toda mensagem que envio volta com a mesma resposta. Não pode ser atendida por falta de orçamento. Mais uma vez, a sessão matutina de ontem não teve quorum para deliberações”.
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