Maggi admite criar fundo para telefonia móvel
O governador Blairo Maggi disse, em entrevista ao RDNews nesta quinta à noite, que a negociação com empresas para levar telefonia móvel a cerca de 50 municípios mato-grossenses que ainda se vêem isolados no mundo tecnológico está no campo do debate na Assembléia. Nega ter fechado acordo sobre renúncia fiscal. Explica que o seu vice Silval Barbosa (PMDB) abriu diálogo com os deputados e admite a possibilidade de, ao invés de concessão de incentivos, criar um fundo para empréstimos às concessionárias para fazer os investimentos e depois devolver dinheiro ao Estado, a exemplo do projeto implantado pelo governo de Minas Gerais.
"Quero repor a verdade. A discussão com as operadoras para levar tecnologia aos municípios não se transformou em projeto ainda", destaca o governador, numa referência à matéria "Desarticulado, Maggi retira projeto de incentivos". Ele enfatiza que, preocupado com o fato de mais de 50 municípios do Estado não terem acesso à telefonia móvel, o governo procurou as empresas para buscar atender a demanda. As telefônicas, por sua vez, entendem ser inviável fazer essas operações e não estão obrigadas a isso. "Ou a gente encontra uma forma de ajudar ou busca-se uma saída política ou fiscal e diante disso autorizei o Silval a debater a idéia. Então, o que foi feito na Assembléia Legislativa foi mais discussão e tentativa de se buscar alternativas".
O governador pondera que não houve encaminhamento de projeto à AL. Antes de concluir alguma proposta, diz ele, pretende esgotar todo o debate. Blairo Maggi observa que a intenção de abrir mão de ICMS por um certo período foi rechaçado pelas próprias empresas. Elas argumentaram que a isenção de R$ 600 mil por município com ICMS para implantar a telefonia móvel vão traz nenhuma vantagem porque vão demorar muito a obter a compensação por essa renúncia fiscal.
Como não houve avanço, o Palácio Paiaguás passa a buscar agora outras alternativas, como criação de um fundo, como ocorreu em Minas. "Procurei ajudar e não fiz nada por decreto. Tudo ainda está em fase de discussão". Maggi explica que é preciso procurar ajuda a esses municípios, que ainda estão isolados, pois essas comunidades não se vêem no direito de fazer uso de um aparelho celular. Outra alternativa, além do fundo, seria o Estado construir essas bases de telefonia e concedê-las depois em comodato. Mas, nesse caso, corre-se o risco de fazer altos investimentos e, com a evolução tecnológica, tudo ficar obsoleto em pouco tempo.
Comentários