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Politica Brasil
Quarta - 24 de Outubro de 2007 às 07:36
Por: Kleber Lima

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O quadro sucessório em Cuiabá está embolado e confuso, mas o cenário começa a se definir. Encerrado o prazo do troca-troca partidário, as incertezas se reduziram consistentemente, fazendo com as nuvens se dissipem e revelem o tal Céu de Brigadeiro.

Alguns nomes lançados como balão de ensaio, depois de testados, foram retirados com a mesma velocidade em que foram colocados. Por enquanto, candidaturas com consistência são três: Wilson Santos, que vai à reeleição, Walter Rabello, que lidera pela oposição, e Sérgio Ricardo, que se movimenta e se articula como candidato, mas cuja pretensão é constantemente colocada em xeque pela imprensa, por seus pares e por seu partido.

Fora disso, as possibilidades são raras e pequenas. O DEM teria uma carta na manga. Filiou de última hora a ex-primeira-dama de Cuiabá e ex-governadora de Mato Grosso Iraci França. Testada na última pesquisa da KGM, ela apareceu timidamente, com metade do desempenho do marido, Roberto França, testado anteriormente. Mas, Iraci ainda tem tempo para se viabilizar, já que até o momento não se movimentou como candidata. Teria a seu favor o gigantesco trabalho social que liderou quando foi Secretária de Assistência Social de Cuiabá, e também o fato de ser mulher com origem popular. Além de ser esposa do Roberto França, fato que, a essa altura do campeonato, lhe empresta mais dividendos do que prejuízos.

Quem também tem uma forte carta na manga é o PMDB. Mesmo tendo perdido o líder nas pesquisas (Walter Rabello) possui um quadro com formação intelectual sólida o suficiente para peitar os debates com Wilson Santos, e lastro popular o suficiente encarar Walter Rabelo na periferia, por ser advogado trabalhista e presidente da OAB/MT. Isso mesmo, Francisco Faiad reúne talvez as melhores condições para penetrar nesse cenário eleitoral com tendência de polarização entre Wilson e Walter. Resta saber se o PMDB conseguirá enxergá-lo.

Para quem acha que me esqueci de Carlos Abicalil e Valtenir Pereira, vamos a eles. Assim como Sérgio Ricardo e Walter Rabello possuem o mesmo perfil simbólico, Abicalil e Valtenir também disputam a mesma faixa de eleitores, o chamado voto de opinião. Representam, por essa razão, uma ameaça maior a Wilson Santos do que a Walter. Como Wilson não lidera, uma dessas candidaturas pode ser fatal ao seu projeto de reeleição, por dividir seus votos.

A pesquisa da KGM citada acima revela um dado relevante: somadas as intenções de votos de Sérgio Ricardo e Walter Rabello, conclui-se que mais da metade dos eleitores cuiabanos opta por um candidato com o perfil mais ‘populista’ dos dois comunicadores. Provavelmente devido à crise de representação do modelo tradicional de atuação política, fazendo com que o ‘estilo’ dos comunicadores – com suas redes de solidariedade construídas pela TV - consiga dar respostas mais imediatas e satisfatórias à população, sobretudo a de menor escolaridade e renda, do que os demais.

Esse fator também deve ser levado em conta na hora das apostas em nomes novos para a disputa em Cuiabá. E nisso, talvez Iraci França e Francisco Faiad (uma por seu trabalho social, e o outro por suas conexões com o movimento social e sindical) possam levar uma grande vantagem sobre os demais candidatos.

(*) KLEBER LIMA é jornalista pós-graduado em marketing e consultor político. E-mail: kleberlima@terra.com.br / www.kgmcomunicacao.com.br.





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