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Politica Brasil
Terça - 23 de Outubro de 2007 às 07:38

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A idéia tão alardeada por alguns deputados de se criar a CPI dos Incentivos Fiscais não resistiu um dia com o retorno da viagem ao exterior do governador Blairo Maggi (PR). Em sua primeira entrevista no Palácio Paiaguás nesta segunda, após 15 dias em visita à Rússia e pela Europa, o "rei da soja" cobrou lealdade de sua bancada e avisou que é contra a proposta de CPI.

Um grupo de parlamentares, sob a liderança do ex-aliado Percival Muniz (PPS), argumenta que o Estado perde um terço da arrecadação por força dos incentivos fiscais e reclama da falta de transparência do governo, que estaria impondo dificuldades para acesso aos números. Questiona, por exemplo, os critérios e a quantidade de empresas que têm direito às concessões para permanecer muitos anos sem pagar ICMS.

Maggi reagiu como um trator na floresta. "Essa CPI vai nos gerar uma intranquilidade e podemos perder investimentos por causa disso", disse Maggi, ressaltando que são mais de R$ 5 bilhões de investimentos empresariais motivados pela política de incentivos fiscais. Ele vê a proposta de CPI como uma "questão política". Alega que as informações são disponibilizadas e chega a chamar Muniz de mentiroso quando este afirma que Mato Grosso do Sul já superou MT em arredadação, tudo porque o Estado conduzido por Maggi concede incentivos fiscais em excesso. "Os dados estão disponíveis para quem quiser ver. As coisas estão abertas", frisou Maggi.

Para abafar a CPI, o governador mandou recado, mas vai reforçar a estratégia em conversa com os deputados. Acha que, com esclarecimento de dúvidas, o assunto sairá da pauta. "Os mesmos que me criticam porque eu não faço programa de incentivo do álcool, me criticam porque eu faço programa de incentivo para as demais atividades".

Sobre a possibilidade do governo comprometer pagamento do décimo-terceiro dos servidores este ano devido à queda de receitas, como havia dito o deputado Zé do Pátio (PMDB), o governador afirma que o dinheiro já está na conta do Estado. "Mentira. Temos um fundo para isso e esse dinheiro ja está separado".

Resistência

Pelos cálculos de Percival Muniz, ao menos oito parlamentares teriam se comprometido a assinar o pedido de CPI, o que seria suficiente para instalá-la. O problema é que o governador reassumiu o posto "patrolando" os rebeldes. Até então estavam endossavam a idéia os tucanos Carlos Avalone e Chica Nunes, os peemedebistas Adalto de Freitas, Juarez Costa e Zé do Pátio, os progressistas Maksuês Leite, José Riva e Walter Rabello. Havia possibilidade também de se juntarem ao grupo o petebista Chico Galindo, que reassume nesta terça a cadeira após quatro meses de licença, e também Erival Capistrano, que substitui provisoriamente Otaviano Pivetta (PDT).





Fonte: RD News

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