Chica Nunes se vê acuada com ameaça de dossiê e CPI
A deputada Chica Nunes (PSDB), eleita no ano passado com 27.648 votos, vive um inferno astral, mesmo tendo as contas aprovadas pelo TCE referentes ao exercício de 2005, um dos períodos em que esteve na presidência da Câmara Municipal de Cuiabá. De um lado, o Movimento Cívico de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) cobra investigação do Ministério Público sobre denúncias de irregularidades que recaem na antiga Mesa Diretora. De outro, um grupo de vereadores exigem do atual presidente Lutero Ponce (PMDB), que foi primeiro-secretário da gestão Chica, acesso aos dados de uma auditoria independente feita no início do ano. Lutero "segura" o documento. Alguns vereadores se mobilizam também para instaurar a CPI da Chica.
Enquanto isso, a ex-presidente da Câmara evita a imprensa. Mesmo acuada, age como se não tivesse no olho do furacão. Sua gestão deixou R$ 1,3 milhão de dívidas, principalmente por não ter recolhido impostos. O montante corresponde a praticamente o repasse de um mês de duodécimo.
Chica é bem articulada. Usa a tribuna, está presente nos eventos sociais e é uma das campeãs em entrega de moções de aplauso, louvor e congratulações. De quebra, ainda virou forte cabo eleitoral do marido, o ex-vereador cuiabano Marcelo Ribeiro, pré-candidato a prefeito de Barão de Melgaço.
Chica já conseguiu blindar o seu mandato. Chegou anunciar que deixaria o PSDB e, em seguida, colocou um pé no PR do governador Blairo Maggi e outro no PP do deputado José Riva. Mas, com a decisão do Supremo Tribunal Federal de validar a fidelidade partidária, o que deve resultar na cassação de parlamentares infiéis, Chica recuou. Continua tucana e cercada de amizade por todos os lados.
Despesas
De acordo com o MCCE, um levantamento sobre gastos na Câmara entre 2005 e 2006, época em que Chica presidiu o legislativo cuiabano, teriam ocorrido fraudes de licitações e compras irregulares com notas frias. Um empresário que teve o nome de sua empresa envolvida nas fraudes entregou um dossiê à imprensa. Destaca que os documentos servem de prova e para distinguir as notas verdadeiras das falsas. No TCE, essas acusações, porém, não ganharam consistência. A maioria dos conselheiros aprovou o balancete de 2005.
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