Quem conspira acaba deixando digital, diz Sérgio

Ele está em todas. Sérgio Ricardo preside a Assembléia Legislativa, vende carro na TV, constrói e entrega casas a pessoas carentes, lidera mutirão e campanha de despoluição do rio Cuiabá, apresenta, de segunda a sexta, o programa Repórter do Povo simultaneamente na TV Rondon (afiliada da Rede TV!) e no Canal 20 (a cabo), tem ainda o programa Show de Bola na rádio Cuiabana FM, comanda o PPS de Cuiabá, é jornalista, advogado, começou a fazer pós-graduação em direito constituicional e quer mais: deseja ser prefeito de Cuiabá.

Por mais que seja classificado de demagogo e de populista, Sérgio vem ampliando o seu eleitorado e espaço na vida pública. Em 2000, se elegeu vereador pela Capital com 4.023 votos e já virou vice-presidente da Câmara. Dois anos depois, ganha cadeira de deputado ao atingir a 33.097 votos, dos quais 20 mil somente em Cuiabá. Em 2006, se reelege com 33.623, sendo 23 mil na Capital. Antes, porém, tentou, sem êxito a Prefeitura da Capital. Amargou o terceiro lugar.

Candidatura

Agora, Sérgio Ricardo está de novo no páreo. Enfrenta, porém, por mais que negue, conspirações dentro do PR, mesmo o governador Blairo Maggi tenha enfatizado publicamente que o apóia ao Palácio Alencastro. Perguntado sobre rumores de que poderia recua da disputa, Sérgio foi enfático, ao dizer que mantém o projeto. Segundo ele, as pesquisas de opinião apontam-no em ascensão e com a menor rejeição entre os principais "prefeitáveis". "A um ano das eleições, eu diria que estou numa situação privilegiada, crescendo nas pesquisas e com a menor rejeição".

Para Sérgio, além do seu nome, outros dois (Wilson Santos e Walter Rabello) se despontam na corrida sucessória e, diz ele, "não vejo possibilidade de surgir outros com visibilidade eleitoral". Sobre a possibilidade do PR vir apoiar outro nome para prefeito, como do petista Carlos Abicalil ou até mesmo de Carlos Brito e de Mauro Mendes, que estão filiados ao Partido da República, Sérgio Ricardo também descarta. Entende que tudo não passa de suposições, fofocas e de comentários típicos do joguete político que considera natural do processo eleitoral.

"As coisas não são bem assim. Vou apoiar fulano e beltrano e pronto! Tem que ver o povo. Ninguém entra numa disputa sabendo que vai perder. As cúpulas não podem fazer as coisas de qualquer jeito e o governador Blairo Maggi sabe disso", enfatizou o presidente da Assembléia.

Sérgio enfatiza que seu nome é viável dentro do PR, destaca ter ficado feliz e lisonjeado pelo convite para retornar ao PPS, mas que seu objetivo é concorrer a prefeito pela legenda republicana. "Minha candidatura está se viabilizando a cada dia. Tenho dois mandatos de deputado, presido um Poder, faço trabalho coerente e tenho apoio do povo. Eu não fico esperando. Estou tranquilo porque antes de conquistar lideranças, o partido e o apoio do governador, eu apresentei serviços prestados"

Questionado se não está havendo conspiração por parte da turma da botina, grupo mais próximo do governador, contra sua pré-candidatura, Sérgio Ricardo disse que prefere acreditar que não. "Os que conspiram não conseguem se esconder. Em política não tem segredo e não se pode botar e depois esconder a mão, porque sempre deixa digital, isso em qualquer partido. Tenho uma lupa especial que permite leitura instantânea dos rastros e aqueles que conspiraram em 2004 a população sabem quem são", destacou Sérgio, num recado, mas sem declinar nomes.

Ele nega qualquer tipo de acordo ou barganha no sentido de desistir da disputa eleitoral de 2008 para, em moeda de troca, virar primeiro-secretário da Assembléia no próximo biênio. "Isso não tem sentido. Não preciso de barganha. São coisas distintas e tudo tem seu tempo".