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Economia
Sexta - 19 de Outubro de 2007 às 15:49

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WASHINGTON, 19 Out 2007 (AFP) - O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, pediu nesta sexta-feira aos países ricos que reduzam os subsídios, porque eles "distorcem" o mercado agrícola, e abram seus mercados.

Além disso, convidou os países industrializados a investir mais no setor agrícola para reduzir a pobreza.

"Um programa dinâmico de agricultura para o desenvolvimento pode beneficiar os quase 900 milhões de habitantes dos países em desenvolvimento que vivem com menos de um dólar por dia, a maioria dos quais se dedica à agricultura", afirmou Zoellick, ao comentar o último relatório do Bird sobre o desenvolvimento.

"No plano internacional, os países devem empreender reformas fundamentais, como reduzir os subsídios que distorcem o comércio e abrir os mercados", acrescentou o presidente do Bird, em linha com os países latino-americanos que há anos vêm pedindo estas medidas para exportar mais.

Por sua vez, Pamela Cox, vice-presidente do Banco para a América Latina e o Caribe, considerou "urgente que a Rodada de Doha de negociações comerciais, atualmente estagnadas, acabe com as políticas que mais distorcem o mercado e prejudicam os países pobres".

Segundo o documento, publicado na véspera da reunião anual do Bird e do FMI (Fundo Monetário Internacional) neste fim de semana, "os subsídios dos países da OCDE (organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos) constituem um obstáculo para as exportações agrícolas da América Latina", o que os países da região denunciam reiteradamente.

"Colocar todo mundo em igualdade de condições no mercado agrícola internacional é crucial para a América Latina e o Caribe, porque as proteções e os subsídios continuam sendo altos nos países em desenvolvimento", acrescentou a funcionária do Banco.

Em seu relatório, o Bird pediu ainda aos países em desenvolvimento que "aumentem o investimento em agricultura".

"Há um dado neste estudo que é chocante", comentou Zoellick. "O crescimento agrícola nos países em desenvolvimento reduz quatro vezes mais a pobreza nas populações que vivem com menos de um dólar por dia do que o crescimento em qualquer outro setor", afirmou.

Segundo o Banco, os países agrícolas dependem deste setor para crescer, reduzir a pobreza e garantir alimentos à toda a população. Nas zonas rurais dos países essencialmente agrícolas, vivem 417 milhões de pessoas, das quais 170 milhões com menos de um dólar por dia.

"A agricultura pode oferecer caminhos de saída da pobreza se forem realizados os esforços para aumentar a produtividade do setor dos alimentos básicos, ligar os pequenos agricultores aos mercados em rápido crescimento para produtos agrícolas (...) e gerar empregos na economia rural não agrícola", destacou o relatório do Bird.





Fonte: AFP

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