Encontro de Riva e Silval na 2ª vai definir CPI
O recuo ou avanço da proposta de se criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com vistas a investigar a política de incentivos fiscais do governo Blairo Maggi dependerá de uma conversa de bastidores entre o cacique do PP, deputado José Riva, e o governador em exercício, Silval Barbosa (PMDB). Eles se reúnem na segunda (22) para uma conversa dura. Riva se tornou uma espécie de porta-voz dos deputados descontentes com o governo Maggi. Por conta disso, já estão articulando a criação de um bloco independente, a ser composto pelo PP, PMDB e DEM.
Dependendo do tom da conversa com Silval, Riva pedirá que os seus quatro colegas progressistas assinem a CPI. Nesse caso, a bancada do PP garantiria cinco votos (Campos Neto, Airton Rondina, o Português, Walter Rabello, Maksuês Leite e o próprio Riva) e, os outros três votos para atingir a quantidade mínima de oito exigida para a abertura da Comissão, seriam assegurados graças à articulação do deputado Percival Muniz (PPS), um dos maiores defensores da CPI.
Silval é um dos poucos peemedebistas que resistem à idéia de ruptura, afinal, trata-se de um vice do próprio Maggi. Outros líderes do PMDB, como o presidente Carlos Bezerra, estão na bronca com o Palácio Paiaguás. Silval vai tentar convencer Riva a recuar da idéia de mais uma CPI - hoje a área ambiental do governo já enfrenta problemas com a Comissão presidida pelo próprio Riva.
Transparência
Em meio às discussões sobre a CPI, Percival Muniz cobra mais transparência em relação aos incentivos fiscais. "O Estado precisa ter mais responsabilidade, e mais transparência". Ele questiona a existência de empresas implantadas no Estado somente com o intuito de receber incentivos fiscais. "Quando acaba o incentivo, elas vão embora".
De acordo com o parlamentar, a CPI seria importante por que ela tem autonomia para exigir que o governo divulgue os dados que há seis meses os parlamentares encontram dificuldades para tê-los. Para Muniz, o maior problema está na falta de coordenação por parte do governo quanto à divulgação desses recursos. "Não tem com quem conversar, pois não há coordenação". Segundo o deputado, a dificudade em colher dados referentes aos incentivos está no fato de serem liberados por várias secretarias.
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