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O Mister “M R. Calheiros”
A vida imita a arte e às vezes, a ficção e a realidade andam de mãos dadas, tentando viver um mundo de fantasias e brincando com a realidade.
No cotidiano político brasileiro surgiu um tal de Mister “M R. Calheiros”, oriundo das terras alagoanas, mesmas origens de um tal playboy presidente e com quase as mesmas características.
Político probo, árduo defensor dos interesses nacionais, trânsito livre na Casa Legislativa, grande influência no Congresso Nacional, articulador nato e outras qualidades que poderiam ser facilmente relacionadas.
Subitamente tudo se mudou, surgiram denúncias aqui e acolá, resultando em várias representações ao Conselho de Ética do Senado e culminando em uma histórica votação secreta.
Após a questionada vitória no plenário do Senado, quando todos esperavam a paz e a volta dos debates de interesses nacionais, o Mister “M R. Calheiros” continuou sendo alvo de denúncias e ainda bradou a todos que não deixaria a direção do teatro, “o coco precisa ser arrancado do coqueiro”.
Erro fatal!
Quando o Mister “M R. Calheiros” percebeu o tiro no próprio pé, voltou a cena e apresentou seu número final, chamado “o coco caiu”.
A grande mágica consistia na renúncia da direção do Teatro, após aproximadamente cinco meses de acusações e espera por este momento, o Mister “M R. Calheiros” sai de cena.
Ao apresentar o número final o Mister “M R. Calheiros” iniciou afirmando: "Na noite de hoje, decidi me licenciar da presidência do Senado Federal, pelo prazo de 45 dias, a fim de demonstrar de forma cabal e respeitosa à nação, e a todos os ilustres senadores, que não precisaria do cargo de presidente do Senado Federal para me defender. Agindo assim, afasto de uma vez por todas o mais recente e injusto pretexto usado para tentar dar corpo à inconsistência das representações, enviadas sem qualquer indício ou prova ao Conselho de Ética do Senado Federal”.
A mágica parece perfeita, pelo menos aos olhos dos aliados políticos, leitores da “Playboy”, correligionários e seus asseclas, o Mister “M R. Calheiros” deixa a direção do Teatro apenas em respeito à Nação.
Os bastidores do poder revelam a verdade da mágica final do nobre ilusionista e com a palavra os analistas da cartada final:
"A CPMF tem seu grau de dificuldade e suas possibilidades de aprovação. A licença do Renan destensiona, mas não elimina as dificuldades. Temos um tempo exíguo, estamos no limite e as dificuldades são concretas, independentemente do Renan. Claro que, com ele licenciado, facilita. E, claro, é melhor trabalhar sem a tensão absurda que estávamos vivendo" (líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvatti - SC)
"[A licença] deveria ter acontecido num primeiro momento. Mas ele apostou na força, na truculência, na chantagem. Viu que não deu certo e vai tentar negociação. É uma manobra. Ele quer tentar recuperar votos do PT e PMDB, que ele perdeu, para não ser cassado" (senador Demóstenes Torres - DEM-GO)
“Na avaliação de líderes governistas, Renan optou pela licença de 45 dias exatamente para manter o Palácio do Planalto sob ameaça. Caso nesse período seja abandonado, ele pode reassumir a cadeira e tumultuar a votação daquilo que mais interessa o governo no momento: a prorrogação da CPMF” (Jornal “Folha de São Paulo”).
“Renan acabou fazendo por pressão o que não fizera por opção. Oficialmente, o Planalto nega interferência. Conversa fiada. Coube a Lula o empurrão derradeiro, que arrancou Renan da cadeira. Preocupado com a CPMF, o presidente pediu que fosse acelerada a articulação para que Renan fosse desalojado. O gesto de Lula forçou o “aliado” a enxergar algo que já se tornara óbvio na última terça-feira (9), dia em que ruiu a estrutura que mantinha o coco pendurado no coqueiro” (Josias de Souza – comentarista dos bastidores do poder da “Folha de São Paulo”).
As manchetes dos jornais do Brasil afora retratam com fidelidade o gesto de “respeito” e “bondade” do Mister “M R. Calheiros”: Jornal do Brasil: “Renan é forçado a sair”; Folha de São Paulo: “Sob pressão, Renan se licencia”; Estadão: “Renan não resiste e pede licença”, O Globo: “Isolado, Renan se afasta por 45 dias, mas pode não voltar” .
A mágica foi revelada, Mister “M R. Calheiros” é o maior ilusionista do Teatro legislativo nacional, até ele acredita na magia de sua decisão.
Telespectadores e eleitores, aguardem novas mágicas!!!
ELIZIO LEMES DE FIGUEIREDO – Advogado e Professor de Direito Penal na UNED – Diamantino-MT - eliziolem@bol.com.br
No cotidiano político brasileiro surgiu um tal de Mister “M R. Calheiros”, oriundo das terras alagoanas, mesmas origens de um tal playboy presidente e com quase as mesmas características.
Político probo, árduo defensor dos interesses nacionais, trânsito livre na Casa Legislativa, grande influência no Congresso Nacional, articulador nato e outras qualidades que poderiam ser facilmente relacionadas.
Subitamente tudo se mudou, surgiram denúncias aqui e acolá, resultando em várias representações ao Conselho de Ética do Senado e culminando em uma histórica votação secreta.
Após a questionada vitória no plenário do Senado, quando todos esperavam a paz e a volta dos debates de interesses nacionais, o Mister “M R. Calheiros” continuou sendo alvo de denúncias e ainda bradou a todos que não deixaria a direção do teatro, “o coco precisa ser arrancado do coqueiro”.
Erro fatal!
Quando o Mister “M R. Calheiros” percebeu o tiro no próprio pé, voltou a cena e apresentou seu número final, chamado “o coco caiu”.
A grande mágica consistia na renúncia da direção do Teatro, após aproximadamente cinco meses de acusações e espera por este momento, o Mister “M R. Calheiros” sai de cena.
Ao apresentar o número final o Mister “M R. Calheiros” iniciou afirmando: "Na noite de hoje, decidi me licenciar da presidência do Senado Federal, pelo prazo de 45 dias, a fim de demonstrar de forma cabal e respeitosa à nação, e a todos os ilustres senadores, que não precisaria do cargo de presidente do Senado Federal para me defender. Agindo assim, afasto de uma vez por todas o mais recente e injusto pretexto usado para tentar dar corpo à inconsistência das representações, enviadas sem qualquer indício ou prova ao Conselho de Ética do Senado Federal”.
A mágica parece perfeita, pelo menos aos olhos dos aliados políticos, leitores da “Playboy”, correligionários e seus asseclas, o Mister “M R. Calheiros” deixa a direção do Teatro apenas em respeito à Nação.
Os bastidores do poder revelam a verdade da mágica final do nobre ilusionista e com a palavra os analistas da cartada final:
"A CPMF tem seu grau de dificuldade e suas possibilidades de aprovação. A licença do Renan destensiona, mas não elimina as dificuldades. Temos um tempo exíguo, estamos no limite e as dificuldades são concretas, independentemente do Renan. Claro que, com ele licenciado, facilita. E, claro, é melhor trabalhar sem a tensão absurda que estávamos vivendo" (líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvatti - SC)
"[A licença] deveria ter acontecido num primeiro momento. Mas ele apostou na força, na truculência, na chantagem. Viu que não deu certo e vai tentar negociação. É uma manobra. Ele quer tentar recuperar votos do PT e PMDB, que ele perdeu, para não ser cassado" (senador Demóstenes Torres - DEM-GO)
“Na avaliação de líderes governistas, Renan optou pela licença de 45 dias exatamente para manter o Palácio do Planalto sob ameaça. Caso nesse período seja abandonado, ele pode reassumir a cadeira e tumultuar a votação daquilo que mais interessa o governo no momento: a prorrogação da CPMF” (Jornal “Folha de São Paulo”).
“Renan acabou fazendo por pressão o que não fizera por opção. Oficialmente, o Planalto nega interferência. Conversa fiada. Coube a Lula o empurrão derradeiro, que arrancou Renan da cadeira. Preocupado com a CPMF, o presidente pediu que fosse acelerada a articulação para que Renan fosse desalojado. O gesto de Lula forçou o “aliado” a enxergar algo que já se tornara óbvio na última terça-feira (9), dia em que ruiu a estrutura que mantinha o coco pendurado no coqueiro” (Josias de Souza – comentarista dos bastidores do poder da “Folha de São Paulo”).
As manchetes dos jornais do Brasil afora retratam com fidelidade o gesto de “respeito” e “bondade” do Mister “M R. Calheiros”: Jornal do Brasil: “Renan é forçado a sair”; Folha de São Paulo: “Sob pressão, Renan se licencia”; Estadão: “Renan não resiste e pede licença”, O Globo: “Isolado, Renan se afasta por 45 dias, mas pode não voltar” .
A mágica foi revelada, Mister “M R. Calheiros” é o maior ilusionista do Teatro legislativo nacional, até ele acredita na magia de sua decisão.
Telespectadores e eleitores, aguardem novas mágicas!!!
ELIZIO LEMES DE FIGUEIREDO – Advogado e Professor de Direito Penal na UNED – Diamantino-MT - eliziolem@bol.com.br
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/202999/visualizar/
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