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Politica Brasil
Sexta - 12 de Outubro de 2007 às 08:46

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Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou o Senado às 19h50 desta quinta-feira (11), quase uma hora após anunciar em um pronunciamento gravado pela TV Senado que estava se licenciando do cargo de presidente da Casa por 45 dias.

Ao sair do gabinete, cercado por seguranças, Renan a princípio disse que não iria falar nada. Quando uma jornalista reclamou da atitude, dizendo que no passado ele sempre tinha sido muito gentil com a imprensa, Renan respondeu: "Vocês é que não foram comigo."

Renan também confirmou, antes de entrar em seu carro, que de fato iria para Maceió, onde vai passar o feriado de Nossa Senhora Aparecida. A viagem a Alagoas aconteceria nesta tarde, mas foi adiada para que Renan fizesse seu pronunciamento.

Renan Calheiros havia saído da casa onde mora, em Brasília, às 17h e chegou ao gabinete às 17h25. Ao chegar no Senado, pediu a presença da equipe que gravaria o pronunciamento divulgado às 19h05.

Neste período de licença, Renan exerce normalmente o mandato parlamentar, mas não preside a Casa. O substituto natural é o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC).



Apelos no plenário

Na terça-feira (9), Renan saiu do plenário antes de terminar a sessão que presidia após quase duas horas de repetidos apelos para que se afaste da presidência da Casa. Ele deixou o plenário enquanto o senador José Agripino (DEM-RN) repetia os mesmos apelos feitos pelos demais colegas: para que Renan saia da presidência porque a situação dele é insustentável.

“O que quero defender é a instituição à qual todos nós pertencemos, que é o Senado Federal. Essa, sim, é a nossa preocupação. É a preocupação que fez com que reuníssemos, agora há pouco, líderes de todos os partidos. A defesa, presidente, é da credibilidade da instituição para a qual vossa excelência, eu e todos nós fomos eleitos”, disse Agripino.

Acusações

No mesmo dia, foi apresentada mais uma denúncia contra Renan. Ele é acusado de uma suposta espionagem contra os senadores de oposição, Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).

“O caso de Goiás foi a gota d’água. Isso mexe com as questões internas da Casa. Se ele se mantiver [na presidência], o Senado vai ficar insustentável”, avaliou minutos antes o senador Pedro Simon, que junto com o senador Jarbas Vasconcellos (PE) representou o PMDB numa reunião com os senadores de oposição.

Renan Calheiros já responde a três denúncias no Conselho de Ética. No primeiro processo, ele é acusado de tráfico de influência para que a cervejaria Schincariol tivesse o "perdão" de uma dívida de R$ 100 milhões com o INSS.

No segundo, aberto a pedido do Democratas e do PSDB, Renan é acusado de ter utilizado laranjas para adquirir empresas de comunicação em Alagoas. Em outra denúncia, de autoria do PSOL, ele é suspeito de ter participado de um esquema de arrecadação de recursos em ministérios liderados por seu partido, o PMDB.

O presidente do Senado já foi absolvido de outra acusação, de que teria recebido ajuda de um lobista para pagar despesas com a filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, capa da revista "Playboy" deste mês. Apesar de ter sido aprovado pelo Conselho de Ética o relatório que pedia a cassação de seu mandato, Renan foi absolvido pelo plenário do Senado.




Fonte: G1

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