Servidor acusa Renan de ter manipulado processos
O servidor do Senado Marcos Santi acusou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de ter usado o cargo e servidores da direção do Senado para manipular os processos que enfrenta de quebra de decoro, informa nesta quinta-feira reportagem da Folha (íntegra só para assinantes da Folha ou do UOL).
Santi era secretário-adjunto da Mesa e lidava com várias etapas do trâmite das primeira representação contra Renan.
A Folha teve acesso a depoimento sigiloso do servidor à Corregedoria do Senado, no dia 29 de agosto: "Nós servidores estávamos sendo induzidos [por Renan] a raciocinar, fazer coisas ou se omitir sobre coisas que não eram corretas".
Segundo a reportagem, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que já elaborou requerimento para que Santi deponha no Conselho de Ética assim que a quinta denúncia contra Renan, que trata de suposta espionagem contra colegas, seja instaurada.
Renan não está disposto a deixar a presidência do Senado, mesmo com a crescente pressão dos senadores que defendem o seu afastamento. Na terça-feira, ele teve que ouvir por duas horas apelos sucessivos para sair do cargo.
Os parlamentares --inclusive alguns do PMDB-- alegam que a Casa Legislativa só vai retomar sua tranqüilidade quando Renan deixar a presidência. A base aliada do governo apela, nos bastidores, para que Renan se afaste porque teme que o clima no Senado prejudique a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.
Em conversas com interlocutores, no entanto, Renan afirma que a contribuição se tornou um "trunfo" para se manter na presidência do Senado. O peemedebista avalia que, se deixar a presidência da Casa, o PMDB poderá ajudar a derrubar a CPMF --a exemplo do que fez a bancada com a medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento a Longo Prazo da Presidência da República.
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