Congresso reúne assinaturas para CPI do futebol

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) anunciou nesta quarta-feira (10) que já foram coletadas as assinaturas necessárias para investigar irregularidades em contrato firmado entre o Corinthians e empresários estrangeiros. De acordo com o parlamentar, este é apenas o foco incial, e a comissão deve se estender em outros contratos, de outros clubes brasileiros.

"A CPI começa no Corinthians, mas não termina por aí. As falcatruas estão também em outros campos. A CPI vai envolver clubes e empresas", explica o senador tucano.

De acordo com Dias, 29 senadores já subscreveram o requerimento e mais de 171 deputados também assinaram o documento. Ou seja, haveria número suficiente para o início dos trabalhos. O requerimento para a instalação da comissão de inquérito, no entanto, apenas será protocolado na Secretaria Geral da Mesa do Senado na semana que vem.

Segundo o requerimento, o objetivo da CPI é apurar a ocorrência de crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem tributária. Seriam investigados delitos como sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O foco inicial é o contrato entre a MSI e o Corinthians, envolvendo ainda "dirigentes, jogadores e empresários do setor", no período entre 2000 e 2007.

A Polícia Federal (PF) já investiga o caso. O Ministério Público acusa o Corinthians e a MSI de se utilizarem do departamento de futebol do clube para a prática de lavagem de dinheiro, em negócios do grupo fora do Brasil. A empresa acusa o Corinthians de descumprimento do contrato, que previa a divisão administrativa da gestão do futebol e do departamento social do clube.

Financiador

O magnata russo Boris Berezovski é apontado como o grande financiador da parceira entre o Corinthians e a MSI. De acordo com um relatório da PF feito com base em gravações telefônicas, o iraniano Kia Joorabchian era uma espécie de "laranja" de Berezovski.

As gravações também mostram atletas negociando para receber dinheiro fora do país, cartolas do Corinthians tentando subornar um fiscal da Receita Federal, as brigas entre os executivos do time paulista e da MSI e até a tentativa de trazer o milionário russo para o Brasil, com o apoio do Palácio do Planalto.

A operação da PF foi batizada como "Perestroika", palavra russa que significa "reestruturação".