Renan investiga contas de todos os senadores
O movimento do diretor-geral fez parte de uma série de ações organizadas por Renan para intimidar os colegas que ameaçam votar a favor de sua cassação. As informações obtidas por Agaciel serviriam como munição porque, em muitos casos, as notas apresentadas seriam frias, indicariam gastos incompatíveis ou inapropriados. Nas mãos de Renan e de sua tropa de choque, o rol de supostas irregularidades representaria o aumento de poder de barganha e intimidação perante os senadores flagrados em deslizes.
A produção do dossiê foi confirmada ao jornal O Estado de S. Paulo ontem por três pessoas. Elas contaram que Agaciel teria agido a mando de Renan. Da Espanha, o diretor-geral telefonou ontem para um funcionário da secretaria, que seria amigo do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), para saber se o parlamentar havia dito algo especial. “Sei que você é amigo do Demóstenes. Gostaria de saber se ele te pediu alguma coisa”, teria dito o diretor-geral ao funcionário, segundo relato de pessoas que presenciaram a conversa. O servidor negou: “Sou funcionário do Senado Federal.”
Vários senadores confirmaram a suspeita de que havia vazamento da prestação de contas de colegas. O primeiro sinal de que o rastreamento havia sido feito foi emitido por Renan em 12 de setembro, data de sua absolvição no primeiro processo de cassação. Na sessão secreta, ele fez ameaça direta ao senador Pedro Simon (PMDB-RS), que teria apresentado notas da produtora da jornalista Mônica Veloso para justificar parte de seus gastos referentes à verba indenizatória.
Renan fez outras ameaças. Ao todo, já levantou suspeitas sobre dez colegas. Um parlamentar resumiu assim a estratégia do presidente do Senado: "Ele está utilizando a tática do gambá: espalhando mau cheiro para todo lado na tentativa de igualar todos." São alvos de Renan: José Agripino Maia (DEM-RN), Tião Viana (PT-AC), Pedro Simon (PMDB-RS), Ideli Salvatti (PT-SC), Jefferson Péres (PDT-AM), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Aloizio Mercadante (PT-SP), Serys Slhessarenko (PT-MT), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
Comentários