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Politica Brasil
Domingo - 07 de Outubro de 2007 às 09:14

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Num jogo de barganha, Lula atende ao pedido do senador Jonas e substitui no órgão em MT o petista Leonel por Bosco e atrai também Jaime Campos





A queda do petista Leonel Wohlfahrt da superintendência do Incra em Mato Grosso e a nomeação para o mesmo cargo do servidor de carreira João Bosco de Moraes, ligado ao DEM, passou por uma negociação no Palácio do Planalto e foi parar no Congresso Nacional. Foi uma manobra do presidente Lula, que aceitou o jogo de barganha por cargos da oposição light, tudo para garantir R$ 40 bilhões por ano com a aprovação da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Ao mandar substituir Bosco por Leonel - leia mais aqui -, o governo garantiu mais dois votos no Senado a favor da CPMF, os dos mato-grossenses Jonas Pinheiro e Jaime Campos. Jonas fez pedido pessoal para que Bosco fosse escolhido superintendente. Lula o atendeu e, "amarrou" Jaime também. Mesmo contrariando orientação da direção do DEM, que está até fazendo campanha contra a CPMF, Jonas e Jaime devem votar com o governo.

Quanto à senadora Serys Marly (PT), que sentiu-se derrotada porque foi ela quem havia emplacado Leonel no Incra, em 2003, Lula não vê problema. Sabe que a petista esperneia e chora mas, no fritar dos ovos, votar sob orientação do Planalto.

Jonas e Jaime nem parecem que integram a oposição. Não são acostumados a seguir doutrina partidária. No processo de nomeação de Luiz Pagot para o Dnit, por exemplo, ambos foram os únicos do DEM que defenderam a indicação.

A barganha do governo para cooptar aliados pró-CPMF no Senado não colocou em leilão apenas o Incra-MT. As mudanças atingem cargos em estatais, bancos e fundos de pensão que administram quase R$ 700 bilhões. A gestão fisiológica destinada a satisfazer 11 partidos de uma base de apoio no Congresso com tamanho nunca antes visto na história do país tem produzido até o rodízio de aliados nas estatais e no segundo escalão. Esse rodízio possibilita o deslocamento de um aliado para abrir espaço para outro. Já aconteceu na Petrobras e deverá ocorrer de novo.

Loteamento

As jóias em disputa pelos partidos da base aliada incluem um seleto e bilionário lote, com diretorias na Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Furnas, Eletronorte, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Companhia Nacional de Alimentos (Conab), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT), Infraero, Itaipu, Previ, Funcef e Petros, estes três últimos fundos de pensão que administram cerca de R$ 75 bilhões só para investimentos anuais.

O governo Lula, mais do que os anteriores, se vê obrigado a atender à sanha partidário-fisiológica, primeiro por causa do tamanho da coalizão de governo; segundo, porque, a partir da reeleição, Lula passou a ceder à pressão dos aliados e, com essa atitude, atraiu mais e mais pressão, a ponto de ver-se envolvido numa armadilha que não desarma nunca. Além do mais, como o tempo é muito curto para a aprovar a prorrogação da CPMF, os representantes da coalizão perceberam que havia chegado a hora de resolver tudo de uma vez só.





Fonte: RD News

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