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Politica Brasil
Sábado - 06 de Outubro de 2007 às 08:41

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Encerrado nesta sexta-feira (5) o prazo de filiação para quem pretende disputar as eleições municipais de 2008, partidos apostaram em artistas, atletas e figuras conhecidas da mídia como forma de "puxar votos" para a legenda.

Agora, dirigentes partidários prometem investir em aulas de capacitação para os novos filiados, cujas candidaturas somente poderão ser oficializadas no ano que vem.

No município de São Paulo, ingressaram no PTB o cantor Rafael Ilha (ex-grupo Polegar), o apresentador Sérgio Mallandro, o estilista Ronaldo Esper, a jurada de programa de calouros Marly Marley, mulher do humorista Ari Toledo, e a modelo e empresária Renata Banhara, que se filiou após convite do ex-marido, o cantor de forró e deputado federal Frank Aguiar.

O PPS aposta na candidatura da cantora Gretchen para a Prefeitura de Itamaracá (PE) e no iatista Lars Grael, que poderá ser vice numa eventual chapa encabeçada pela vereadora Soninha (ex-PT) à Prefeitura de São Paulo. A ex-chacrete Rita Cadillac se filiou ao PSB e deve disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de Praia Grande.

Os dados sobre filiações foram fornecidos pelas assessorias dos partidos, que têm até o dia 14 de outubro para comunicar as adesões aos cartórios eleitorais.

No PR, o drag queen Léo Aquilla, que disputará uma vaga na Câmara de Vereadores de São Paulo, explica a onda de filiações.

"Por que os partidos amam as pessoas famosas? Porque elas podem até não ganhar, mas trazem votos para poder somar no partido, naquele coeficiente mínimo”, afirma, estimando que terá 150 mil votos se tiver “uma campanha bem estruturada como eles (partido) me prometeram".

Atletas

Na Câmara paulistana, a grande aposta do PPS é o jogador Ronaldo, ex-goleiro do Corinthians. O secretário-geral do PPS, Rubens Bueno, estima que ele terá mais de 50 mil votos. “Imagina a torcida do Corinthians em São Paulo”, calcula.

Os atletas também são apostas de outros partidos. No PTB, estão filiadas estrelas do futebol como Serginho Chulapa e Müller, e do basquete, como Marta.

As expectativas de votação não são mero “chute”, mas têm por base casos parecidos. Os exemplos mais recentes são os do estilista Clodovil Hernandes e do cantor de forró Frank Aguiar, que, nas primeiras eleições que disputaram, se elegeram deputados federais – e com votações expressivas. Clodovil teve 493,9 mil votos, ficou em terceiro lugar no estado de São Paulo. Frank Aguiar teve 144,7 mil.

Além da possibilidade de reunir mais votos, os partidos vêem vantagens nas campanhas de figuras populares. "“Você não precisa construir um nome, uma imagem, ela já está construída", explica o secretário-geral do PPS, Rubens Bueno.

O presidente do diretório paulista do PTB, o deputado estadual Campos Machado, nega que o partido tenha buscado "puxadores de votos", mas acredita que os candidatos "pop" podem sair na frente.

Vantagens

"Pelas novas regras eleitorais, você não pode ter outdoors, não pode fazer showmício, não pode fazer boca-de-urna, camiseta não pode usar. As pessoas mais conhecidas levam vantagem", explica. Segundo ele, a meta é aumentar de cinco para oito o número de vereadores do PTB em São Paulo.

Questionado sobre a onda de filiações, o deputado rejeita um viés fisiológico. "Eles têm mensagem, não é um negócio vazio", afirma. "Estamos fazendo cursos para aprimorar essas pessoas, para que não digam amanhã que nós trouxemos pessoas apenas para chamar a atenção da opinião pública", explica.

E defende seus filiados. Sobre o estilista Ronaldo Esper, afirma que se trata de "um homem preparado, culto", que quer ser "instrumento da política" para atender "às demandas sociais reprimidas".

Esper, conhecido pelo estilo polêmico, envolveu-se em um escândalo no início do ano, quando foi preso pela suspeita de roubar vasos em um cemitério. Absolvido pela Justiça, ele não pretende esquecer o episódio durante a campanha.

"Aquele cemitério, minha filha, é um museu de horrores, 70% destruído. Você pode até por: o Ronaldo vai fazer uma varredura nos cemitérios", diz, afirmando que não fará isso "por vingança", mas por achar que "um ser humano que morreu merece o respeito de ser enterrado e respeitado".

Minorias

O drag queen Léo Aquilla também cobra respeito, mas deixa claro: não está defendo apenas a bandeira da causa gay. "Eu quero defender todas as minorias: os gays, os negros, os deficientes, os obesos, os anões", conta.

Ele explica que, caso eleito, apresentará um projeto para criar uma nova disciplina no currículo escolar, chamada "inteligência emocional".

"Essa disciplina vai se encarregar de falar para as crianças sobre amor ao próximo, isso vai incluir religião, vamos falar de Deus, de respeito ao próximo, de tolerância, de paciência. É uma disciplina que visa humanizar as pessoas".

Marly Marley também vai na linha das minorias. Diz que não agüenta mais ver "velhinhos jogados em corredores de hospital" e quer defender o direito dos homossexuais.

Jurada de programas de calouros, ela acha que a fama vai ajudar, mas diz que não está contando apenas com a popularidade. E já fala como candidata.

"Eu estou contando em poder mostrar aos eleitores que a minha intenção é limpa e honesta. Você tem a minha palavra: se amanhã eu tiver que fazer algum ato desonesto, você pode estar certa que eu saio", diz.





Fonte: G1

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