Percival sugere Força Tarefa para diminuir efeitos das queimadas
Segundo ele, além de atuação na coibição e contenção dos focos, essa força tarefa orientará a população sobre os perigos de provocar queimadas e de como ela deve se comportar para diminuir as conseqüências do tempo seco. “Mato Grosso está em chamas e não vemos qualquer tipo de ação por parte do governo do Estado para minimizar o sofrimento da população. Não está em prática nenhuma campanha para orientar as pessoas de como elas devem proceder para evitar e coibir as queimadas. Isso tanto em Cuiabá como no interior”, criticou Muniz.
Na Grande Cuiabá o parlamentar lembrou que o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, que fica em Várzea Grande, fechou várias vezes esta semana devido à falta de visibilidade para pousos e decolagens. Ele lamentou ainda que essa situação - aliada ao calor, clima de deserto - fez com que as imagens do cinza predominante na paisagem de Cuiabá, que um dia ostentou o título de ´Cidade Verde´, ganhassem, através dos noticiários de tv, o país de forma negativa.
Ele assinalou que não é só na Grande Cuiabá que a situação é crítica. Contou que esteve em cidades de diversas regiões do Estado – Médio Norte, Nortão, Sul e Baixo Araguaia - nos últimos dias e presenciou cenas da população tentando desesperadamente, sem qualquer tipo de preparo técnico, conter as queimadas.
“Em Santa Cruz do Xingu, por exemplo, no Baixo Araguaia, vi pessoas tentando apagar o fogo com esteiras. Inúmeros acidentes têm se registrado, pois fogo se alastra facilmente com o ar seco e as pessoas na ânsia de apagá-lo se colocam em situação de risco”, comentou.
Percival sugeriu que o governo do Estado estabeleça uma Força Tarefa para atuar em todo o Estado e assim coibir a devastação do meio ambiente e os prejuízos para a saúde da população sejam minorados. “Algo tem que ser feito rapidamente. As previsões são de que as chuvas só cairão com regularidade depois do dia 15. Cidades estão em situação de calamidade devido às queimadas e a falta de água, como é o caso de Confresa, também no Baixo Araguaia. As pessoas não podem ficar jogadas à própria sorte”, ressaltou.
O parlamentar socialista salientou para um outro problema que virá com a chegada das chuvas. “Hoje todo o território mato-grossense está coberto por espessa névoa de fumaça, impregnada de agentes químicos e biológicos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde. As pessoas devem ser conscientizadas como deverão proceder assim que caírem as primeiras chuvas".
O parlamentar disse ainda que tentou agendar uma reunião com o governador Blairo Maggi (PR) para discutir o assunto, mas não foi marcada porque o chefe do executivo está em Brasília tratando da negociação da Dívida Pública do Estado.
Justiça Federal - A situação caótica dos últimos dias virou caso de justiça. Na terça-feira, dia 2, o juiz federal Julier Sebastião da Silva determinou a abertura de inquérito policial para apurar as responsabilidades do poder público sobre as queimadas em Mato Grosso.
O juiz Julier declarou que o Estado vive um desastre ambiental sem que o poder público estadual e federal tenha tomado qualquer providência. A decisão considera também que o Estado foi omisso ao liberar as queimadas entre os dias 25 e 30 de setembro, o que agravou o problema.
Segundo decisão da justiça, o poder público - estadual ou federal - deveria ter tomado providências para coibir, fiscalizar, punir ou minorar os efeitos de uma situação considerada como calamidade pública.
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