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Politica Brasil
Terça - 02 de Outubro de 2007 às 23:59

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Servidores concursados da Câmara Legislativa do Distrito Federal fizeram nesta terça-feira (2) um protesto contra a proposta de corte de gastos que mexe na carga horária e no salário da categoria. De acordo com a resolução da Casa, para economizar gastos, os servidores terão os salários reduzidos, podendo optar por jornadas de trabalho menores, de seis ou quatro horas.

Os servidores, no entanto, não concordam com a iniciativa e entregaram um documento no departamento de Recursos Humanos afirmando que não aceitam a redução da jornada. "Não importa se vou trabalhar seis, oito ou 12 horas. Eu quero meu salário integral. Foi para isso que eu entrei por concurso", enfatiza o assistente legislativo Mauricio Cauchioli.

Para protestar, os servidores concursados deixaram de lado o trabalho e usaram os corredores da Casa para fazer uma assembléia. Com alto-falantes e cartazes, eles seguiram para o plenário, onde vaiaram e ficaram de costas para os deputados distritais.

"Eu acho que quem opta por receber um salário menor é porque tem condição de bancar a sua vida sem o salário de um serviço público", diz o policial legislativo Renivaldo Marques.

Comissionados

Outra proposta da Casa para cortar gastos é trocar o abono recebido pelos servidores por auxilio-alimentação, o que também não é aceito pela categoria. "Essa é uma conquista que já adquirimos. Então, não tem que retroagir, não tem que retirar, tem que melhorar a qualidade de trabalho", queixa-se a funcionária pública Marlene Coelho.

Segundo o presidente da Câmara Legislativa, deputado Alírio Neto (PPS), apesar de os servidores não aceitarem as propostas, a economia será possível. Quem sentirá primeiro no bolso são os comissionados.

"A redução, que já foi publicada no Diário [Oficial da Câmara Legislativa] e está vigorando desde o dia 1º de outubro, é de 10%, em média, de todos os cargos comissionados da Casa", ressalta o presidente da Câmara Legislativa do DF.

Medida não resolve problema

David Fleischer é cientista político e professor na Universidade de Brasília (UnB) há 35 anos. Ele analisou o projeto e concluiu que, na prática, a iniciativa terá pouco impacto financeiro.

"Não resolve o problema porque é uma reação muito tímida. Seria necessário reduzir o número de comissionados e aumentar, se for necessário, os concursados", explica David Fleischer.

"Os comissionados vão embora daqui um tempo. Mas nós vamos ficar. E a nossa carreira ficará comprometida", diz a funcionária pública Maria Deusa Cavalcanti. Versão para impressão Enviar por e-mail Receber newsletter Celular




Fonte: G1

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