Ex-aliado de Renan cita propina para Bezerra
* Revista Veja traz nova denúncia contra senador
* Parlamentar de MT é acusado de levar R$ 150 mil
* Em nota, deputado nega e promete ação judicial
Veja, maior revista do país que chega às bancas em Mato Grosso neste domingo, traz revelações que comprometem o senador Renan Calheiros, que já está prestes a perder o mandato, e também o deputado federal Carlos Bezerra. A revista se baseia em depoimento prestado à polícia pelo advogado Bruno Brito Lins, que foi casado com Flávia Garcia Coelho, funcionária do gabinete de Renan Calheiros e filha do lobista Luiz Garcia Coelho. Diz que Bruno Lins testemunhou de perto a articulação de negócios escusos do grupo e, segundo conta, chegou a transportar pessoalmente malas de dinheiro que eram entregues a políticos e funcionários do governo.
A reportagem destaca ainda Renan negociou com um grupo de aliados do PMDB uma maneira de beneficiar o banco BMG no serviço de concessão de crédito consignado para os aposentados da Previdência. Em troca, o banco pagou propina aos envolvidos. Em seguida, a revista cita: "Entre os envolvidos na operação para beneficiar o banco estão o senador Romero Jucá e o deputado Carlos Bezerra, ambos do PMDB e aliados de Renan Calheiros. Ao deputado Bezerra, Bruno diz ter entregue 150.000 reais de propina".
Nota
Ex-governador e ex-senador, Carlos Bezerra, que foi presidente do INSS, nega as acusações. Em nota, o parlamentar mato-grossense refuta qualquer tentativa de associá-lo ao assunto. "Nunca tive contato com o senhor Bruno Lins. Sequer o conheço. Tomei conhecimento do seu nome através da imprensa", diz Bezerra, informando que tomará as medidas judiciais cabíveis contra qualquer tentativa de associá-lo a uma briga familiar que não lhe diz respeito.
Na nota, ainda, Bezerra reitera que a Medida Provisória 130, que regulamentou os empréstimos consignados a aposentados e pensionistas, foi editada em 17 de outubro de 2003, quando ele ainda não presidia o INSS. A regulamentação ocorreu em 2004 por decreto da Presidência da República, expedida pela Casa Civil, sem qualquer participação do INSS. Ressalta, também, que a primeira instituição financeira a realizar convênio de empréstimo consignado foi a Caixa Econômica Federal e somente depois disso, mediante consulta e instrução no Banco Central, os serviços foram estendidos as demais instituições, seguindo o mesmo modelo de convênio inicial.
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