<b>PF indicia prefeito de Sinop por suposto elo com sanguessugas</b>
A Polícia Federal indiciou o prefeito de Sinop (500 km de Cuiabá) Nilson Leitão (foto), do PSDB, por suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias. O tucano e pessoas que integravam ou integram a comissão de licitação do município são acusados de fraude em processo licitatório. Ao menos 11 prefeitos e ex-prefeitos da região Norte foram indiciados nos últimos dias.
A exemplo da maioria dos últimos indiciamentos, Leitão e os membros da comissão de licitação podem responder judicialmente pelo crime de fraude em processos licitatórios, conforme previsto em artigos da Lei 8666/ 93.
Segundo informações preliminares da polícia, Leitão foi indiciado por ter homologado licitações vencidas por empresas ligadas ao grupo comandado pela família Vedoin para a compra de um ônibus e equipamentos hospitalares. O esquema funcionava a partir de recursos liberados por meio de emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento da União.
A reportagem vem tentando contato com o prefeito desde ontem por ao menos quatro números de telefone, mas não obteve êxito. O procurador do município, Astor Reinheimer, disse não saber informar sobre o assunto. O crime teria ocorrido no primeiro mandato.
A PF ainda não concluiu todos os inquéritos relacionados à Operação Sanguessuga, deflagrada em maio do ano passado. De acordo com o último levantamento oficial, divulgado pela assessoria da instituição em agosto, 41 pessoas haviam sido indiciadas -- prefeitos, ex-prefeitos e membros de comissões de licitação dos municípios de Nossa Senhora do Livramento, Santo Afonso, Denise, Nova Mutum, Rosário Oeste, Tapurah, Barra do Bugres, Campo Novo do Parecis, Nova Maringá e Lucas do Rio Verde.
Os ex-deputados federais Lino Rossi (PP), Ricarte de Freitas (PTB), Celcita Pinheiro (DEM) já respondem a ação penal e de improbidade administrativa. O Ministério Público Federal também ofereceu denúncia e propôs ação de improbidade contra a ex-deputada Tetê Bezerra e o marido dela, deputado Carlos Bezerra, ambos do PMDB. Reeleitos, os deputados federais Pedro Henry (PP) e Wellington Fagundes (PR) ainda estão sob investigação. O primeiro já responde por improbidade.
Outro caso – O prefeito Nilson Leitão também foi preso e indiciado na Operação Navalha, em 17 de maio deste ano. De acordo com investigações da PF, uma licitação para a obra de implantação da rede de esgoto em Sinop foi direcionada para a construtora Gautama, pivô do esquema, em troca de propina de R$ 200 mil para Leitão. Ele nega irregularidades.
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