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Politica Brasil
Quinta - 27 de Setembro de 2007 às 19:12

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Tubos gigantes nos oceanos, cuja função seria misturar as águas profundas com as da superfície, poderiam funcionar como conserto de emergência para o sistema climático da Terra, hoje ameaçado pelo aquecimento global. Essa é a proposta que acaba de ser feita por James Lovelock, cientista britânico veterano e criador da controversa teoria de que a Terra funciona como um organismo vivo.

Lovelock, autor da chamada hipótese Gaia, fez a proposta ousada na edição desta semana da prestigiosa revista científica internacional "Nature". Para ele, a situação gerada pelo aquecimento global está se tornando tão perigosa que só estratégias radicais como essas poderão enfrentar o problema de frente.

A tática concebida por Lovelock e seu colega Chris Rapley envolve o uso de canos verticais, com comprimento entre 100 m e 200 m e largura de 10 m, que seriam colocados nos mares do planeta. Com a ajuda deles, os movimentos das ondas bombeariam nutrientes do fundo do oceano para a superfície dele, promovendo grande multiplicação de algas microscópicas.

Ao crescer, esses microrganismos retirariam do ar o excesso de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa e vilão do aquecimento global. Além disso, também produziriam dimetil sulfeto, substância que funciona como "semente" de nuvens -- e as nuvens geradas ajudariam a refletir a luz do Sol e minimizar ainda mais o calor da Terra. "Se não conseguimos curar o planeta diretamente, podemos ser capazes de ajudá-lo a curar a si mesmo", escrevem Lovelock e Rapley.

Para Brian Hoskins, professor de meteorologia da Universidade de Reading (Reino Unido), a idéia de Lovelock tem peso científico, mas ainda existem muitas incógnitas a respeito de sua real eficácia. "É mais uma proposta de geoengenharia para resolver o problema", avalia ele. "Na minha opinião, as incertezas sobre os efeitos regionais das emissões de gases-estufa são altos. E as incertezas sobre essas propostas de geoengenharia são muito maiores."





Fonte: Reuters

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