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Economia
Quinta - 27 de Setembro de 2007 às 15:01

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Um crescimento de 10,6% é o que revelam os dados de exportações do Estado divulgados nesta quarta-feira (26.09), pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), em parceria com a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme). A porcentagem representa o valor de US$ 3,26 bilhões, maior do que o apresentado no acumulado janeiro a agosto de 2006, que somaram US$ 2,95 bilhões. Em agosto de 2007, as exportações mensais foram de US$ 546 milhões, 16% acima do valor do mesmo mês em 2006 e 32% maior do que em julho deste ano, mostrando uma retomada do dinamismo dos anos anteriores.

Ao divulgar o balanço comercial de Mato Grosso, o presidente da Fiemt, Mauro Mendes, disse estar otimista em relação ao futuro econômico do Estado, que para ele vai despontar como principal exportador de carne suína, aves e biodiesel, além dos atuais principais produtos da pauta, que são os complexos soja e carne. “O número crescente de empresas que estão sendo instaladas no interior do Estado, para abate de frangos, suínos e esmagadoras de soja contribuem para a perspectiva”.

“Em 2008, o mercado de Mato Grosso vai crescer mais que o chinês”, avalia Mendes, que aposta nos investimentos do Estado para atrair o setor industrial, o que deve contribuir para a consolidação do mercado mato-grossense como grande exportador. A alternativa encontrada pelo governador Blairo Maggi (PR) de vender a dívida de Mato Grosso para bancos privados é um dos seus maiores argumentos. Por ano, o governo do Estado desembolsa R$ 600 milhões para a União.

MILHO EMPURROU EXPORTAÇÕES

Na pauta de exportações, o milho é a grande vedete do ano e registrou no acumulado janeiro-agosto aumento de mais de 1.600% no valor exportado e mais de 1.000% em volume, superando 1,39 milhão de toneladas e aproveitando o expressivo aumento de 53% da cotação internacional do produto, no período considerado. Segundo Mendes, tal aumento foi gerado, em parte, pela enorme pressão da demanda americana do produto para a produção de etanol, abrindo o mercado internacional para o milho brasileiro.

As exportações do ‘carro-chefe’ de Mato Grosso, o complexo soja, até agosto deste ano totalizaram US$ 2,18 bilhões, registrando queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor total exportado de soja-grão foi de US$ 1,51 bilhão contra US$ 1,74 bilhão em 2006, uma redução de 13% resultante da queda, ainda maior, de 26% no volume físico exportado, mesmo com o aumento de 17% no preço externo do produto, no período considerado. As vendas de soja-grão agora representam 67% do valor das exportações estaduais, caindo em relação ao ano passado, quando respondia por 78% do total exportado.

Contudo, os sub-produtos da oleaginosa – farelo e óleo de soja – registraram aumentos no faturamento de 15 e 31% respectivamente, por conta do aumento nas cotações internacionais de 12,5% no farelo e de 42% no óleo, compensando a redução no volume exportado de 7,8%, no caso do óleo, e aumento de apenas 2,4% no farelo.

CARNES

A evolução das exportações estaduais de carnes - o maior destaque da pauta em 2006 e mantendo-se em 2º lugar neste ano – totalizaram US$ 486,40 milhões, com crescimento de 46% em valor, comparado ao mesmo período do ano passado. Tal incremento expressa, basicamente, as vendas externas de carne bovina, na ordem de US$ 381 milhões, com aumento de 30% em valor e de 27% em quantum físico.

As vendas externas de carnes de aves registraram forte aumento de 87,5% no faturamento por conta do crescimento de 77% no volume físico, e também evolução de preço de 6% em relação ao ano passado. A carne suína recuperou as perdas do ano, com um aumento de 1.084% em valor e 953% em volume. O presidente da Fiemt avalia que tais números devem-se à retirada do embargo russo, o maior parceiro comercial do produto em Mato Grosso. “As vendas para a Rússia acumulam US$ 30 milhões em valor, praticamente 83% do total comercializado”, pontua.

Em relação à madeira houve aumento de 32,6% no valor exportado total, fortemente concentrado em madeira serrada e perfilada/compensada - que evoluíram positivamente, no período. “Tais resultados mostram a continuidade da recuperação do segmento em relação aos números de 2006, o que minimiza as dificuldades operacionais que o segmento de base florestal vem enfrentando no Estado desde 2005 e que precisam ser superados, pela importância desse setor para a economia estadual”, ressalta Mendes.

As exportações de ouro e de diamante podem ser consideradas também como destaques, evoluindo acima de 200% tanto em faturamento quanto em volume físico, por conta de recentes medidas de certificação adotadas, especialmente no caso do diamante. Os principais destinos dos produtos mato-grossenses continuam sendo os países da Comunidade Econômica Européia, com destaque para a Holanda e a Espanha, que respondem por praticamente 47% do total exportado, seguidos pela Ásia, liderada pela China, com 30% das compras e o Oriente Médio com 5,7% do total.

Nas importações, prevalecem os insumos agropecuários que respondem por praticamente 80% do valor das compras externas, complementadas por máquinas e equipamentos, além do gás natural da Bolívia, cujo suprimento ainda não está equacionado. Para o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo, “as ‘perdas cambiais’ pela valorização do real frente ao dólar, comparando agosto de 2007 com o mesmo mês do ano passado, podem ser estimadas em R$ 620 milhões, valor significativo e que mostra bem o efeito negativo do câmbio valorizado para as nossas exportações”.

Segundo o mesmo, o valor acumulado das vendas externas em Real seria de R$ 7,04 bilhões com o dólar de agosto de 2006, e não de apenas R$ 6,42 bilhões, agora em 2007. “Isto devido à cotação média de R$ 2,15 em agosto de 2006 e de R$ 1,96 em agosto de 2007, uma ‘queda’ de 8,8% no período”, complementa Timo. Os principais fornecedores externos do Estado são, pela ordem, a Rússia com 22,5% do valor importado, o Canadá com 11%, seguidos de diversos outros com menores participações, tais como a China, a Argentina, a Alemanha, os Estados Unidos e outros, que vendem entre 7 a 4% do que Mato Grosso está importando neste ano.





Fonte: Fiemt

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