Para Eliene Lima, Governo não investe em informação

A falta de doadores de órgãos deixa por um fio a vida de mais de 70 mil brasileiros que esperam hoje por um transplante. São crianças, jovens, homens e mulheres que dependem de um gesto que só outro ser humano poder fazer. E na maioria das vezes, mais de 50 mil brasileiros morrem não porque faltam recursos, tecnologia, médicos, remédios ou hospitais. Mas sim pela falta de órgãos, ou melhor, doadores.

A desinformação é a principal entrave para a doação de órgãos no Brasil, de acordo com a ABTO- Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. E na avaliação do deputado federal Eliene Lima (PP), o baixo número de doadores está associada a falta de incentivo e de campanhas permanentes de esclarecimento a população.

"Faltam campanhas de orientação, faltam recursos para as centrais de transplantes para viabilizar a captação de órgãos, falta incentivo dentro dos hospitais para manter a comissão intra-hospitalar trabalhando efetivamente, exclusiva para essa questão, falta muita coisa. E o governo federal e até mesmo o estadual não pode fechar os olhos quanto a isso", defende o parlamentar, em ressalta ao Dia Nacional do Doador, comemorado hoje (quinta-feira).

Em Mato Grosso, somente este ano, foram realizados cerca de 70 transplantes. Um número alto em comparação aos anos anteriores, mas não satisfatório, já que cerca de 450 pessoas estão na lista de espera.

"É notório que a sociedade aos poucos percebe a importância de se doar órgãos, mas ainda é muito pouco. Mato Grosso, quando se trata de estrutura sobre esse assunto, está bem. Mas de nada adianta equipes especializadas se eles sempre enfrentam grandes números de 'recusas familiares", destaca Eliene Lima.

E já que o desconhecimento é o principal entrave para a doação de órgãos, a Campanha Nacional de Doação de Órgãos, que este ano tem como tema "Preserve a vida, seja um doador de órgãos", pretende esclarecer as principais dúvidas da sociedade, já que a falta de informações confunde a família na hora da decisão. "É preciso ser divulgado que para doar órgãos não é necessário registrar nenhum documento. Basta que a pessoa expresse em vida o desejo de doar algum órgão, uma vez que, de acordo com a legislação brasileira, a doação só acontece com a autorização da família", ressalta o deputado federal.

E hoje, 27 de setembro, Dia Nacional do Doador, haverá distribuição de materiais educativos e panfletos informativos no Espaço Ganha Tempo, na Praça Ipiranga, no período das 8 às 17 horas.

Outras informações: www2.camara.gov.br/elienelima