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Politica Brasil
Terça - 25 de Setembro de 2007 às 08:51

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Senadores da oposição excluíram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da reunião marcada para esta terça-feira entre os líderes partidários para discutir as votações da Casa. O DEM e o PSDB ameaçam não participar de nenhuma reunião de líderes com a presença de Renan. No encontro de hoje, Renan será representado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

O vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), disse que a ausência de Renan mostra o enfraquecimento do peemedebista na Casa. "Quando temos um presidente da Casa não participando de reunião de líderes é um expressão da crise, mostra o clima em que está o Senado", afirmou.

Apesar de não defender publicamente o afastamento de Renan --já que assumiria a presidência do Senado caso o peemedebista pedisse licença do cargo--, Viana disparou críticas à disposição do senador de permanecer onde está. O petista disse que estaria "mentindo" caso afirmasse ser favorável à presença de Renan no cargo.

"É muito difícil qualquer reconciliação ou ambiente ameno para construirmos uma agenda de votações. O impasse está na permanência do presidente da Casa. Eu não posso, por lealdade a isso, defender o afastamento. Mas eu não vou mentir. Se eu disser o contrário, estarei mentindo."

O vice-presidente do Senado desmentiu os boatos de que Renan teria traído aliados ao decidir permanecer no cargo --descumprindo um suposto acordo para se licenciar por 120 dias da presidência da Casa em troca de sua absolvição.

"Combinaram o casamento, o noivo e o padre, mas esqueceram de falar com a noiva. Muitos senadores gostariam de vê-lo afastado para maior tranqüilidade da Casa, mas ninguém fez acordo com ele para o afastamento", disse Viana.

Trégua

A oposição promete não dar trégua a Renan para pressioná-lo a se afastar do cargo. O senador Álvaro Dias (PR), vice-líder do PSDB no Senado, disse que Renan perde força ao não ceder os apelos da oposição --já que não controla, sozinho, a Casa Legislativa.

"Eu creio que um homem só não pára o Senado. Acho que as lideranças do governo e da oposição devem ser suficientes para que a pauta seja estabelecida e nós possamos trabalhar produzindo também. Não queremos atrapalhar o país, queremos que o país ande."

Dias afirmou que, como Renan não tem a "última palavra" sobre os atos do Senado, o peemedebista "certamente terá que se curvar à vontade de todas as lideranças".

Líderes governistas querem retomar o diálogo com o DEM e o PSDB e acenam com a possibilidade de inverter a pauta de votações no Senado. Na semana passada, a oposição conseguiu, por dois dias, impedir a votação da mensagem que indica Luiz Antonio Pagot para a presidência do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes).

A base aliada estuda sugerir mudanças na ordem da pauta de votações da Casa, uma vez que o nome de Pagot encontra resistências dentro da própria base de apoio do Palácio do Planalto. Uma idéia é colocar em votação, antes de Pagot, a indicação do ex-diretor geral da Polícia Federal Paulo Lacerda para o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).





Fonte: Folha Online

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