Aprovação de Pagot é trunfo de Jucá contra obstruções
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) poderá ter dificuldades para convencer a oposição a desobstruir a pauta. Mas ele tem um trunfo: senadores do DEM têm interesse na aprovação do nome de Luiz Antonio Pagot para o comando do Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes (Dnit), que é o primeiro item da pauta. E as indicações só poderão ser votadas com o fim da obstrução.
Pagot é suplente do senador Jayme Campos (DEM-MT) e já trabalhou no gabinete do senador Jonas Pinheiro (DEM-MT), e ambos pressionam a favor do amigo. Na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) buscou nas dificuldades de aprovar o nome de Pagot um pretexto. "A culpa da obstrução não é minha, mas do Pagot", comentou com colegas. O líder do DEM, José Agripino (DEM-RN), não pretende fazer um acordo para retirar a indicação do Dnit da pauta, mesmo porque isso não agradaria os dois senadores de Mato Grosso, que já estão sendo assediados pelo governo, que deseja ampliar sua força no Senado.
Outra forma de Jucá atrair o DEM para desobstruir o plenário é inverter a pauta com o objetivo de votar primeiro o nome de Paulo Lacerda para presidir a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), deixando Pagot para um momento político menos tenso. O senador Romeu Tuma (DEM-SP) trabalha para aprovar a indicação de Lacerda, que foi seu assessor. Tuma é outro alvo de cooptação do governo. O vice-presidente José Alencar já lhe ofereceu o PRB, estendendo o convite aos senadores Edison Lobão (DEM-MA) e Demóstenes Torres (DEM-GO).
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