Riva quer mais incentivo às práticas desportivas
Em sua justificativa, o parlamentar progressista afirma que a realização dos Jogos Pan-Americanos no Brasil aumentou a procura pelos esportes considerados olímpicos e a falta de espaços físicos e de um programa permanente, faz com que muitas vezes deixemos de descobrir talentos que no futuro possam se tornar campeões olímpicos. “A ausência de incentivos faz com que o Brasil, com uma população de 34 milhões de jovens entre 16 e 24 anos, tenha menos de 100 mil filiados a confederações esportivas”, argumenta.
Riva lembra ainda que é comum as pessoas se perguntarem por que o Brasil com uma população de 190 milhões de habitantes, é superado em termos de desempenho olímpico por nações muito menos populosas como a Austrália, Coréia do Sul ou Hungria, para não falar naturalmente de Cuba.
“A resposta é, a um só tempo, simples e complexa. De forma resumida, pode-se atribuir à falta de investimentos e de uma política de Estado voltada para a massificação da prática desportiva, pois a quantidade facilitaria o surgimento da qualidade. Mas, a verdade é que, num país com tantas deficiências estruturais e alarmantes índices de pobreza e violência muitos, erroneamente, ainda não vêem o esporte, e toda a sua dimensão educacional, como uma imprescindível prioridade”, diz José Riva.
No ano passado, segundo o Ministério do Esporte, foi avaliado o potencial de 100 mil alunos matriculados no ciclo básico de ensino, por meio do Programa Descoberta do Talento Esportivo. Em um universo de 20 milhões, essa ação do programa, é apenas 0,5% da juventude avaliada. Para dar uma idéia, nos Estados Unidos a Confederação de Atletismo reúne sozinha, em seus torneios anuais, crianças e jovens de 10 a 18 anos, mais de 70 mil atletas. Essa diferença se explica por um conjunto de fatores e realidades: precária condição financeira das famílias brasileiras, ausência ou inadequação dos locais de treinamento e mesmo a inexistência de orientadores capazes de fazer com esses jovens descubram seus talentos e possam desenvolver seu potencial.
Na emergente China, em Cuba, na Rússia ou em qualquer outro país com expressivos resultados olímpicos, o esporte é intrinsecamente vinculado à educação. É nas escolas e, depois nas universidades que se criam os futuros campões começam a despertar para essa realidade.
“Nós, representantes da sociedade neste Parlamento, não podemos acreditar que o Brasil se desenvolva como potência esportiva sem uma competente e adequada vinculação do esporte com a educação, pois esporte e educação é uma associação estratégica. Cuba e EUA são dois países com sistemas políticos, econômicos e ideológicos diferentes, mas têm potencial esportivo por causa da associação entre esporte e educação, como bem já reconheceu o Ministro dos esportes Orlando Silva, durante os últimos jogos Pan-Americanos”, completa.
A realidade do Estado mostra que em Mato Grosso os atletas não são “plantados e colhidos”, apenas nascem como flor silvestre e se destacam pelos seus próprios méritos. “Os talentos que aqui nascem são quase por milagre, descobertos padecem para florescer em meio à falta de locais para treinamento, orientação adequada e incentivo em especial suporte financeiro, vez que travam enorme luta para conseguir patrocínio, por isso, o Estado tem que chamar para si a responsabilidade de investir em projetos dessa natureza”, conclui Riva.
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