PT, PMDB e PR deverão se aliar em Cuiabá
O Partido dos Trabalhadores avança nas articulações para aglutinar forças à candidatura própria à prefeitura de Cuiabá. Embora a tese levante críticas de adversários, o presidente do diretório municipal do PT, Jairo Rocha, vislumbra a real chance de um grande arco de alianças formado pela legenda, pelo Partido da República, PMDB e pelo Bloco de Esquerda, encabeçado pelo PSB.
Uma eventual união desses partidos simbolizaria a versão regional rumo às urnas da súmula da base de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva. “Há grandes condições sim desses partidos se unirem e ganhar as eleições municipais, assim como 2010”, atesta Rocha.
O arco idealizado pelo PT local é encarado pelo representante como um dos cenários vislumbrados no tabuleiro político com a proximidade do novo pleito eleitoral. Ele detalha que a primeira projeção recai sobre a expectativa de junção entre PT e o Bloco de Esquerda, pela afinidade ideológica maior entre os representantes. O grupo, também apelidado de “Bloco de Verdade”, é composto pelo PSB, PDT, PC do B, PMN, PRB, PHS e PAN.
Paralelo a isso, o panorama das eleições ainda contaria com o forte grupo articulado pelo PR do governador Blairo Maggi, além de uma possível dobradinha entre o Partido Progressista (PP) e o Democratas (Democratas). A proximidade entre as duas agremiações é perceptível, particularmente, entre as bancadas constituídas na Assembléia Legislativa. Teoricamente acuado no cenário regional, o PSDB lutaria sozinho na disputa pelas prefeituras municipais.
Diante do confronto anunciado nas urnas, Rocha declara não se incomodar com as críticas ácidas lançadas por adversários e até mesmo alas do próprio PT sobre as conversações abertas com o PR. Segundo ele, a reunião mantida na semana passada com o pré-candidato republicano, deputado Sérgio Ricardo, não significa hipocrisia ou contradição ao discurso petista.
“Houve uma má interpretação ou isso é coisa de quem quer brincar ou ‘sacanear’ mesmo. Nunca descartei terminantemente uma aliança com o PR. O que não aceito é o método como algumas pessoas conduzem as conversas a portas fechadas por aí. Se for para apoiar um programa que, por exemplo, defenda o latifúndio e deixe de lado os direitos do trabalhador, não há o que conversar”, alfineta Rocha.
Ao contrário do PR, o dirigente petista encara com sérias restrições, mesmo no campo das hipóteses remotas, uma aliança com o PSDB. Com o conhecido discurso combativo, ele contrapõe as declarações de alguns tucanos de que exista margem para negociações entre as duas legendas. O mesmo veto é destinado a uma eventual aliança com o DEM.
“Aceito conversar com vários partidos, mas não dá para ter projeto com o PSDB e DEM. Já posicionei isso claramente”, sentencia. Na segunda-feira passada, a Executiva regional do PSDB decidiu em votação revogar resolução que proibia coligações com o PR e PT nas eleições municipais em todo o Estado.
A deliberação trouxe como desdobramento imediato a entrega da presidência do partido em Mato Grosso pelo ex-senador Antero Paes de Barros.
Comentários