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Cultura
Sexta - 21 de Setembro de 2007 às 18:13

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Horas antes do início do jejum do Yom Kippur (Dia do Perdão), a data mais sagrada do calendário judaico, o rabino Henry Sobel falou, nesta sexta-feira (21) da importância de os judeus realizarem um exame de consciência. Ao definir seu ano de 2007 como “difícil”, ele revelou que pretende refletir sobre o incidente ocorrido em março deste ano, quando foi flagrado furtando gravatas em uma loja na Flórida, nos Estados Unidos.

“Eu pretendo pedir perdão a Deus hoje (sexta) à noite, embora esteja convencido de que eu não estava consciente daquilo que aconteceu. Mas, igualmente importante: vou pedir perdão aos meus amigos, porque ninguém neste mundo é tão perfeito que sempre corresponda às expectativas do próximo”, disse o rabino em entrevista ao G1.

Na ocasião, o rabino foi detido pela polícia norte-americana e pagou fiança de US$ 3 mil para ser liberado. Mais tarde, em acordo aceito pela Justiça norte-americana, ele cumpriu cem horas de serviços comunitários em São Paulo. “Aquele incidente não tem absolutamente nada a ver com a minha biografia. Eu estava mal, sob o efeito de medicamentos”, disse.

Seis meses depois, Henry Sobel considera-se “recuperado na medida em que uma pessoa pode se sentir recuperada” psicologicamente e espiritualmente. “Eu só posso comparar o dia de hoje com meses atrás e dizer que realmente o tratamento surtiu efeito.” Durante o período, ele foi acompanhado por uma equipe médica.

O rabino contou que procurou um psicólogo para tentar entender seu próprio ato e que não “fugiu” do problema. Também avaliou que, ao cumprir as cem horas de serviço comunitário, traduziu seu “erro em ação social”. “Foi muito gratificante fazer uso do sofrimento à serviço do próximo ao invés de ficar parado, contemplando o erro que cometi.”

Dia do Perdão

O Yom Kippur é uma data voltada à introspecção espiritual e ao exame de consciência, explicou o rabino, que participa nesta sexta-feira (21) de cerimônia na Congregação Israelita Paulista (CIP). De acordo com o rabino, esse é o momento de pedir perdão pelos pecados.

Dez dias após o Rosh Hashaná (ano novo judaico), o Dia do Perdão começa às 18h05 de sexta e encerra-se às 18h36 do sábado (22). Neste período, pratica-se jejum e abstinência sexual. Segundo Sobel, são mais de 24 horas de jejum absoluto “para demonstrar concretamente nosso remorso pelas faltas que cometemos”.

Ao final desse período, é tocado o shofar, instrumento feito de chifre de carneiro, cujo formato curvo representa a submissão do homem a Deus. “O toque do shofar desperta os indivíduos para os valores morais. Buscamos não só o perdão divino, mas também o perdão humano.”

“Foi um ano difícil, mas este ano vai ser um ano muito melhor. Para todos nós. A gente está entrando na sinagoga na noite do Yom Kippur com o pé direito”, avaliou o rabino.




Fonte: G1

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