Irmãos Campos tinham Fiote como conselheiro político

A família Campos ficou sem seu conselheiro mor. Júlio Domingos de Campos, o seu Fiote, que morreu nesta quinta (20) por volta das 22h40. Pai de 10 filhos, entre eles os ex-governadores Júlio e Jaime Campos, seu Fiote foi, por muitas vezes, o homem que decidia qual o caminho político de seus filhos. Em 1982, por exemplo, Julio e Jaime estavam num impasse: ambos queriam disputar as eleições. Júlio concorreria ao governo do Estado e, Jaime, a prefeito de Várzea Grande - em 82 houve prorrogação de mandatos de prefeito e vereador que tiveram seis anos de cargo e, por isso, foi coincidência com as eleições gerais.

Júlio Campos conta que estava em dúvida, assim como o irmão Jaime sobre as candidaturas. Foi aí que o seu Fiote, durante um almoço em família, disse uma frase simples, mas de suma importância para eles: "No saco que cabe um, cabe dois. Se um perder, perdem os dois". Por sorte, Júlio e Jaime foram eleitos.

"Meu pai era um trabalhador incansável na vida privada ou pública. Ele nunca mudou de lado. Sempre esteve no mesmo lado político, sempre com a mesma esposa", destaca Júlio, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e que já ocupou as cadeiras de prefeito, deputado federal e senador. Jaime também destaca a liderança do pai. "Não havia decisões sem a participação de meu pai. Ele aconselhava toda a família e também os amigos. Estamos sofrendo, mas ele agora descansa em paz".