Renan Calheiros critica atitude de Aloizio Mercadante

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria criticado o senador do PT Aloízio Mercadante (SP) depois que este pediu - em Plenário -seu afastamento do cargo. "Tem pessoas que não são acostumadas a viver essas tensões", afirmou ontem Calheiros, segundo a Folha de S.Paulo. O presidente da Casa continuou, dizendo que "o PT é maior do que Mercadante".

Mercadante foi um dos poucos petistas a defender abertamente o afastamento de Calheiros da presidência. Ele alega que a obstrução da oposição é por causa disso e que a saída facilitaria os trabalhos.

Mercadante negou que estaria participando da obstrução da pauta de votações no Senado. Nos bastidores, parlamentares do PMDB acusaram o parlamentar de abandonar a sessão de quarta-feira e disseram que o petista teria tentado, inclusive, convencer colegas da base aliada ao governo a deixarem a sessão.

A obstrução da pauta de votações no Senado está sendo feita pelos partidos de oposição. Sem votar nenhuma matéria durante toda a semana - amanhã não há sessões para votação -, partidos acusam-se entre si pela responsabilidade de não conseguir quorum no Plenário. Na quarta-feira, apenas 37 senadores estavam presentes e na terça-feira o número era de 38 parlamentares. Para realizar votações são necessários, no mínimo, 47 senadores.

Mercadante disse que apenas deixou a votação porque não haveria quorom de nenhuma maneira. "Era absolutamente indiferente se eu permanecesse", explica. Ao contrário das acusações de que estaria tentando esvaziar a sessão, o parlamentar disse que tentou, de todas as maneiras, um acordo para liberar a pauta.

Com isso, o senador Mercadante alega que tentou com os senadores do PMDB o acordo para que a pauta de votações começasse por uma proposta consensual. "Todo movimento que fiz foi para tentar desobstruir a pauta. Jamais vou fazer obstrução sendo da base. É um erro colocar no primeiro item da pauta um nome que é polêmico. Não sou líder, mas procurei o acordo o tempo todo", afirmou.