PSDB comemora “obstrução” a Pagot, mas vive inferno político
Os tucanos em Mato Grosso estão comemorando mais uma sessão obstruída no Senado Federal, a segunda seguida, em que seria votada a indicação do economista Luís Antônio Pagot para a direção-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit). Pagot se transformou no alvo predileto de 10 entre 10 tucanos. Em especial de um, o ex-senador Antero de Barros. Ao mesmo tempo, porém, a sigla vive um inferno político sem precedentes. A começar pelo fato de seu presidente Regional, o ex-governador Rogério Salles, ter tido suas contas bloqueadas pela Justiça por causa de fraudes em operação envolvendo negócios com a Rede-Cemat.
Não dá para negar que fora o episódio Renan Calheiros, o PSDB transformou a vida de Pagot, um dos mais influentes interlocutores do governador Blairo Maggi, muito mais desgastante. Foi a partir de informações produzidas pela “eficiência destrutiva” do ex-senador Antero que o economista indicado para o Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre vem sendo atacado no Senado Federal. A ponto de os aliados Jaime Campos e Jonas Pinheiro, ambos do DEM, terem admitido constrangimento com a situação.
E de fato! Antes a questão do acumulo de emprego de Pagot, que foi assessor de Jonas Pinheiro ao mesmo tempo em que ocupada a superintendência da Hermasa Navegações – empresa do Grupo AMaggi - estava restrita apenas à Comissão de Infra-Estrutura. Chegou a ganhar uma vez as páginas do blog do jornalista Ricardo Noblat, mas acabou não avançando. Agora, no entanto, a denúncia é reafirmada a cada sessão.
Ao mesmo tempo que vê Pagot amargar dissabores, os tucanos vão se perdendo por aqui. A decisão do ex-senador Antero de Barros de deixar a direção do partido representou um “racha” evidente. Mais que isso: que ele perdeu tecnicamente a liderança para Wilson Santos, prefeito de Cuiabá, e principal expoente partidário no momento. Santos manobrou para que a sigla não fechasse as portas para uma eventual composição com o Partido da República de Blairo Maggi em 2008. Deu no que deu!
Antero entregou o PSDB para o seu vice, o ex-governador Rogério Salles. Não demorou uma semana para que o dirigente tucano no Estado tivesse suas contas bloqueadas pela Justiça. Fatos isolados, é bom que se diga, mas que revela sutilmente o inferno político que vive a sigla. Salles, por mais que todos saibam de sua idoneidade, pecou ao administrar o Estado sem o pulso firme. A saída dada por ele é bem parecida com a do presidente Lula ao se posicionar sobre os mais variados escândalos: não sabia e foi levado ao erro. Tese que os tucanos não aceitam para Lula.
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