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Internacional
Quarta - 19 de Setembro de 2007 às 21:05

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Havana, 19 set (EFE).- As condenações de 15 a 30 anos de reclusão e a prisão perpétua impostas a cinco envolvidos na tentativa de seqüestro de um avião em Cuba mantém a trégua iniciada em 2003 na ilha com relação à aplicação da pena de morte por parte das autoridades, segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos.

A Comissão informou hoje que o Tribunal Militar do Ocidente condenou à prisão perpétua os sargentos Yoan Torres, de 21 anos, e Leandro Cerezo, de 20.

O sargento Karel de Miranda, de 19 anos e o cabo Alain Forbes, de 20, foram condenados a 30 e 25 anos de prisão, respectivamente.

Além disso, o civil Ridel Lescaylle, de 31 anos, terá de cumprir 15 anos de prisão.

Em 3 de maio, dois militares seqüestraram um ônibus com passageiros e entraram no terminal nacional do aeroporto José Martí em Havana para tomar um avião comercial.

Um tenente-coronel morreu no incidente e os seqüestradores foram presos.

Os seqüestradores, que supostamente estavam com outros dois recrutas, fugiram com armas de uma unidade militar próxima a Havana após assassinar uma sentinela e ferir outro soldado em 29 de abril. O objetivo deles era viajar no avião em direção aos Estados Unidos.

O líder de Cuba, Fidel Castro, responsabilizou dias depois os EUA pelo acidente. Ele acusou Washington de encorajar a emigração ilegal por meios violentos.

Elizardo Sánchez, líder da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), afirmou hoje que o julgamento ocorreu no final de agosto. No entanto, a sentença não tinha sido ditada até a semana passada.

A Comissão considerou "positiva" a não aplicação da pena de morte para o sargento, o único dos militares com 21 anos, idade mínima para esse tipo de condenação em Cuba.

A organização declarou que "sentenças parecidas" foram ditadas a outros três jovens militares julgados há alguns meses. Eles teriam participado em dezembro de 2006 de um motim na prisão de El Manguito, em Santiago de Cuba, e matado dois oficiais do Ministério do Interior, além de fugir da unidade fortemente armados.

Segundo a Comissão, isso quer dizer que a trégua iniciada em março de 2003 sobre a volta dos fuzilamentos continua em vigor até hoje.

Em abril de 2003, três pessoas foram executadas após o seqüestro de uma pequena embarcação de passageiros no porto de Havana, em ação que não deixou feridos.

A execução dos três seqüestradores e as penas de até 28 anos impostas a 75 dissidentes na primavera de 2003 provocaram uma onda de críticas internacionais contra o Governo cubano e geraram uma crise política sem precedentes entre Havana e a União Européia.

Sánchez lembrou que os fuzilamentos de 2003 puseram fim a outra trégua na aplicação da pena de morte que tinha sido iniciada em 2000. Segundo ele, a decisão do Governo provisório do general Raúl Castro de não aplicar a pena capital apesar da gravidade dos dois incidentes é significativa.

Sánchez declarou à Agência Efe que parece que o jeito de Raúl Castro lidar com o assunto não é o mesmo que o de Fidel. Ele afirma que o Governo provisório de Cuba quer melhorar a imagem frente à opinião pública.

Fidel Castro, de 81 anos, foi obrigado a delegar o poder provisoriamente ao irmão Raúl em 31 de julho de 2006, por causa do agravamento de uma doença intestinal que mantém o líder cubano afastado da vida pública.

Sánchez pediu para que a comunidade internacional "encoraje" o Governo cubano a alterar as penas de fuzilamento que 40 presos terão ainda de cumprir. Além disso, ele solicitou a Havana o fim da pena de morte.





Fonte: EFE

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