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Cultura
Quinta - 13 de Setembro de 2007 às 19:49

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G1- O documento do Papa Bento XVI que facilita a celebração da missa em latim entrará em vigor nesta sexta-feira (14), em meio a elogios de uma parte da Igreja Católica e ceticismo de outra.

O "Motu Proprio" (documento papal) publicado no último 7 de julho reforçava que o Missal Romano saído do Concílio Vaticano II é o "normal", mas dava aos sacerdotes a possibilidade de celebrar a antiga missa de São Pio V, conhecida como tridentina, sem ter de pedir autorizações especiais.

Logo, a partir de sexta todos os sacerdotes que quiserem poderão acolher o pedido dos fiéis para celebrar em suas paróquias a missa e outras celebrações (casamentos, batismos, velórios) com o rito tridentino.

"É um motivo de alegria para todos aqueles que amam a tradição e para todas as paróquias, nas quais não haverá mais divisões", assinalou o cardeal colombiano Dario Castrillón Hoyos.

Para o cardeal, "Bento XVI não quer voltar atrás, já que com o Concílio Vaticano II nunca proibiu a liturgia de Pio V". Agora, "dá liberdade ao pároco para respaldar o pedido dos fiéis que quiserem celebrar a missa com a tradição litúrgica anterior à reforma".

O religioso colombiano, que é presidente da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, será o primeiro a aplicar o "Motu Proprio" ao celebrar nesta sexta-feira (14) no santuário de Loreto (noroeste da Itália) uma missa com o rito em latim.

Influência positiva

Artigo a ser publicado no próximo número da revista da ordem dos jesuítas, a "Civilta Cattolica", afirma que a "liberalização" da missa em latim terá "uma grande e positiva influência sobre o mundo", e que servirá para "enriquecer as formas do rito romano".

No artigo, os jesuítas asseguram que têm confiança de que, após a entrada em vigor do documento papal, seja obtida a "unificação" dos diferentes pontos de vista sobre o tema e "que ainda se mostram distanciados".

A Associação italiana de Professores de Liturgia, por exemplo, redigiu um documento "de crítica construtiva" no qual dá alguns conselhos para evitar que o impacto da utilização do Missal em latim possa "gerar divisões e contraposições".

Conseqüências negativas

O presidente da associação, o sacerdote Filippo Resta, explicou que pode se correr o risco "de um formalismo litúrgico" que "tenha conseqüências negativas sobre a qualidade pastoral paroquial e a espiritualidade individual".

Os meios de comunicação italianos afirmam que cardeais como Carlo Maria Martini ou o arcebispo de Milão, Dioni Tettamanzi, "não estão entusiasmados" com o retorno da missa em latim.

Por enquanto, também não deram respostas às comunidades judaicas que mostraram indignação pelo uso do Missal em latim, que prevê em uma das orações um convite aos judeus para que se convertam ao cristianismo, rogando a Deus para que elimine "a cegueira deste povo, para que, reconhecida a verdade de tua luz, que é o Cristo, saia das trevas".





Fonte: G1

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