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Politica Brasil
Quarta - 12 de Setembro de 2007 às 22:59

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Saboreando a absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB -AL), pelo plenário da Casa nesta quarta-feira (12), seu aliado Almeida Lima (PMDB-SE) acredita que o pior já passou.

Renan era acusado de ter recebido ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais com a filha que teve com a jornalista Mônica Veloso.

Relator vencido no Conselho de Ética no caso, Lima disse ao G1 que Renan não cometerá, nas investigações das outras três denúncias que responderá no Senado, o erro desta em que acaba de ser absolvido. “Eles que arquem com o ônus da prova”.

Duas horas após a decisão do plenário, o parlamentar sergipano ainda não havia conversado com o amigo. Somente trocaram um aperto de mão.

De saída para a residência oficial da Presidência do Congresso onde, finalmente, comemorará o resultado, Almeida Lima falou ao G1.

Leia os principais trechos da conversa abaixo.

G1- Renan tem condições de presidir a Casa em meio a tanta pressão? Almeida Lima -Não vejo nenhum movimento [de pressão]. O movimento maior já aconteceu e ele já deu uma demonstração da sua firmeza. Legitimidade tem e condições ele terá, sobretudo, porque ele sai vitorioso deste processo.

G1 - Como o senhor avalia a postura de Renan?

Almeida Lima - O Renan demonstrou uma fortaleza muito grande. Uma resistência de gigante. Enfrentar todo esse processo durante mais de cem dias, não cedendo às pressões. Ao contrário, se colocando à disposição, estabelecendo provas e abrindo o seu sigilo. Não fez acordos, acordões e acordinhos. Enfim, não se subjugando ao que normalmente se faz no parlamento e que a sociedade contesta.

G1 - Como se pode explicar a vitória depois do intenso bombardeio?

Almeida Lima - Esta decisão é uma demonstração da autonomia do Senado e dos senadores. Foi independente. O Senado atuou de forma livre neste episódio, dando uma demonstração de que ele não se subordina a pressões ilegítimas, sobretudo aquelas externas, que vieram de vários segmentos. O plenário do Senado deu uma demonstração de altivez. Julgou de acordo com sua consciência e não com aquilo que eu costumo chamar de opinião publicada.

G1 - Como fica a disputa de poder na Casa?

Almeida Lima - Eles [quem querem lutar pela presidência da Casa] ficam sobrando, porque se tratava de uma pretensão equivocada, ilegítima e antipatriótica. Ou seja, essas questões a gente ganha no voto. Aqueles que se candidataram contra Renan Calheiros à presidência do Senado (o senador teve um opositor na campanha em fevereiro, o líder do Democratas, José Agripino (RN)) deveriam estar convencidos da sua derrota. Portanto, eu vejo uma atitude ilegítima e agora precisam se subordinar à decisão da maioria.

G1 - Renan agüenta os outros processos de cassação?

Almeida Lima - Acredito que os outros dois (que já receberam sinal verde da Mesa Diretora) serão arquivados lá mesmo no Conselho de Ética.

G1 - Por que?

Almeida Lima - Porque, se neste que o próprio senador Renan Calheiros procurou trazer provas para que o Conselho examinasse, nos outros dois ele não vai proceder da mesma forma. Porque aqueles que acusam que arquem com o ônus de provar. Numa, já há pedido de arquivamento do próprio PSDB, partido que fechou questão pela cassação nesse primeiro processo. E, nos outros dois, não há nenhuma prova.





Fonte: G1

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